O Natal
Esse ano vamos comemorar mais um dia de Natal.
O dia em que se celebra o nascimento do menino Jesus. Há muitos anos
que é sempre assim. O povo cristão comemora esse dia com a fé e o entusiasmo de
quem acredita e tem esperança na mensagem do Ungido. Um dia em que o menino
Jesus chegou a esse mundo para mostrar um novo caminho ao povo. Um caminho para a salvação de
todo aquele que Nele crê. Uma oportunidade também para o homem se reconciliar
com o seu Criador e poder conviver na
plenitude do amor mais belo e mais verdadeiro, compartilhando o mundo de uma maneira fraterna
e solidária. O Natal representa momentos de alegria no qual compartilhamos tudo aquilo que temos de bom para oferecer. Um
momento oportuno de reflexão, de paz e de fraternidade entre todos os povos. O Natal
passou definitivamente a ser uma festa
marcada pela emoção, em que se comemora o nascimento do menino
Jesus em várias partes do mundo. É uma
grande celebração em memória do nascimento
do Salvador. O Natal também significa
um momento de encontro com o nosso lado mais espiritual.
Contudo, ao contrário do que
muitos pensam, não podemos dizer que o dia foi uma data escolhida ao acaso e imposta pela
Igreja Católica. O Natal foi
estabelecido como data oficial de
comemoração do nascimento de Jesus a
partir do século IV pelo Papa Júlio
I. Na Roma Antiga, o dia 25 de dezembro era a data em que os romanos
comemoravam o início do inverno, o chamado solstício de inverno. Podemos
perceber que o início do Verão no hemisfério sul coincide exatamente com o início do inverno no hemisfério norte. Nas noites de frio, normalmente as pessoas
costumam ficar em casa e isso as aproxima mais umas das outras. Dessa forma, levado pelo pensamento de que no
inverno as famílias ficassem em casa e se agregassem mais, escolheu-se a data
de 25 de dezembro para a realização das festas natalinas, exatamente porque não
se sabe ao certo a verdadeira data do nascimento de Jesus. E foi com o pensamento de que as famílias se
unissem mais, que o Natal se tornou uma grande festa de celebração da ceia de
união entre as famílias, onde se exalta o perdão e a comunhão com Deus. Onde acontece a
distribuição de presentes entre todos e a doação de alimentos para os mais
necessitados.
Infelizmente, parece que em
cada fase de nossas vidas, vamos tendo uma impressão diferente daquilo que o
Natal realmente representa. Eu me lembro
que, quando criança, o Natal representava uma época de ganhar roupas novas e
presentes. Costumávamos colocar os chinelos embaixo da cama ou próximo da
janela e quando o dia amanhecia, como
uma mágica encantadora, o brinquedo estava lá. A alegria contagiante tomava conta de tudo. Eram
as primeiras sementes do sentimento de carinho
e de deslumbramento com aquele velhinho carinhosos, de basrbas brancas e longas, vestido de roupas vermelhas e carregando um enorme saco de brinquedos em suas
costas. Com o tempo, o encantamento infantil vai se desfazendo e sendo substituído pela desconfiaça e pela dura
realidade do mundo adulto. Com o aumento da idade, o crescimento e o desenvolviento na direção da maturidade vai nos tirando a intensidade das emoções
contidas no mundo infantil. Vez ou outra somos advertidos de que já não
somos mais uma criança. A maioridade nos impõe uma mudança de comportamento e nos impede de
continuar agindo como crianças. De repente somos obrigados a sufocar dentro de
nós uma fase tão cheia de inocência e de
encantamentos, e passamos a conviver numa incompreensível e conflitante relação
social cheia de malícias. Sentimos a necessidade de virar uma página tão
bonita de nossa história para adentrar
no clímax tenso das relações humanas
- o mundo dos adultos definitivamente
toma posse de nossa liberdade.
É o grande conflito
existencial, onde ficaremos marcados
para sempre pelo desejo de voltar ao passado e poder conviver como criança outra vez, superando
as estratégias de um mundo dominado pela competição, onde os coleguinhas de
outrora foram transformados em ambiciosos adversários, competidores de um lugar mais alto na
escalada social. Passamos a conhecer teorias novas como “
o mundo pertence aos mais espertos” e “o direito não socorre aos que
dormem”. Paradoxalmente, temos que
conviver numa guerra disfarçada de paz. A palavra paz parece
maquiada para disfarçar a grande insensatez humana.
Inspirados pela emoção do nascimento de
Jesus, voltamos a enaltecer uma conduta
humana capaz de demonstrar um sentimento
de solidariedade para com os nossos
irmãos. Enaltecemos o perdão como símbolo de uma nova era. No período natalino,
o perdão torna-se a marca fundamental para uma convivência pacífica com mais
respeito e com mais dignidade para todos. Sem distinçãos de raça, de cor, de sexo ou de credo.
É importante manter a
tradição e celebrar o Natal. Pois, é um
momento em que podermos resgatar um pouco daquela alegria vivida na infância e despertar a criança
adormedida pelo tempo e pela vida tão desgastante dos adultos. É preciso que
todos percebam que para compreender melhor o reino de Deus temos que agir com o
coração de uma criança. Somente agindo e
pensando como crianças seremos capazes de transformar o mundo e verdadeiramente
perdoar e conviver em paz, conforme a
vontade do Senhor.
Assim, a minha mensagem é no sentido de
que jamais as pessoas deixem perecer a criança que existe dentro de si. Por
mais que a vida nos obrigue a agir como
adulto, cumprindo as etiquetas e as
normas de comportamentos tão contraditórios,
devemos procurar manter acesa a chama daquela criança cheia de alegria e de
esperança que fomos um dia. Porque aí
daqueles que não se tornarem crianças, pois dificilmente conhecerão o reino dos
céus.
FELIZ NATAL E
UM FELIZ ANO NOVO
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