A razão maior do amor

       Um certo dia, perguntei a um homem simples que conheci para que serve o amor se a violência cresce a cada dia, onde os poderes constituídos cometem tantas injustiças, alimentando a iniquidade e a separação entre os homens e ainda submetem o povo através do uso da força dos seus exércitos? Por que se prega tanto o Amor, se há séculos assistimos ao ódio e à violência aumentarem, a cada dia, no mundo inteiro?
             Perplexo, ele olhou para mim e falou o seguinte:
             Imagine um planeta completamente habitado por um determinado povo que, avesso aos princípios pregados pelo Amor, resolvesse adotar o ódio como filosofia e fundamento da vida de cada um ser. Imagine como seriam as suas relações sociais. Imagine como seriam as relações entre cada marido, cada mulher, cada pai, cada filho, cada imão e cada irmã, e até, entre amigos(se é que existiriam amigos neste planeta).
             Imagine como seria caminhar pelas ruas sem cumprimentar o outro, sem receber o calor de um abraço, de um aperto de mão ou de um sorriso. Quantos casais andariam de mãos dadas, a trocar confidências e a fazer juras secretas?
             Quantos curtiriam a lua cheia nas noites de verão e exultariam com a beleza do por do sol, tão cantados em versos e prosas pelos poetas? Quantos noctívagos andariam pelas madrugadas a fora, cantarolando serestas ao som dos violeiros, sob a cumplicidade das estrelas?
              Imagine quantas flores seriam enviadas pelos corações apaixonados, e o que seria dessas flores se não houvesse a sensibilidade da amada para recebê-las? O que seriam das canções do Roberto sem os românticos para escutá-las?
              Quantas pessoas se emocionariam com o nascimento e com os primeiros passos de uma criança? Quem guardaria as fotografias daquele sorriso banguelo?
             Quantas mães passariam noites e mais noites sem dormir, na angústia de ver seu filho sofrendo com uma simples dor de barriga? E, quando já crescidos, ele saísse com os seus pares, quem o esperaria com o coração angustiado? Quem ficaria em casa, orando, pedindo a Deus que o proteja?
              E em tempos de catástrofes, quantos voluntários deixariam seus afazeres e correriam para socorrer as vítimas? Quantos seriam capazes de arriscar a própria vida para salvar a vida dos outros? ( na maioria das vezes, pessoas que nem conheciam)
            Quantos donativos seriam arrecadados durante as campanhas de solidariedade para ajudar aqueles que necessitam? E nas noites de frio, quantos sairiam para distribuir agasalhos e dar um pouco de calor humano aos desabrigados?
            Quem ouviria os desabafos e os gritos de um pobre sofredor, na expressão de sua dor mais pungente, e que além de oferecer seu ombro cheio de compaixão, ainda lhe falasse sobre fé e esperança?
            Quem cuidaria dos desamparados, dos oprimidos e dos excluídos? Quem saciaria aqueles que tem fome e sede de justiça?
            Apenas por essas coisas, a gente já pode perceber a imensa importância e a beleza que tem o amor para todos nós. Só com amor tudo se torna possível, pois apenas o amor é capaz de unir os povos, de emocionar, de edificar, de construir um mundo melhor e de nos tornar eternos. O amor pode perfeitamente sobreviver sem o ódio, mas o ódio jamais sobreviverá sem o amor.
            E foi, exatamente por amor, porque Deus amou o mundo de tal maneira, que foi capaz de enviar seu Filho amado, unigênito, para habitar entre nós, para que todo aquele que Nele creia não pereça, e possa viver por toda a eternidade. Deus seja louvado.
 


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