Política: A Arte de Quem Sabe Mentir?
Definitivamente, estou convencido de que a mentira e a hipocrisia viraram princípios sagrados na cartilha seguida pelos políticos brasileiros. A mentira nos discursos parece ter tomado dimensões que chegam ao rídículo, principalmente nos períodos de eleição. As promessas de campanha não vinculam os candidatos e por isso eles mentem descaradamente, prometendo fazer e acontecer, caso sejam eleitos. O chamado golpe eleitoral infelizmente ainda é tolerado pela justiça.
Na tentativa de convencer os eleitores sobre suas mirabolantes propostas para governar o país, os candidatos aproveitam seu tempo disponível de propaganda para expor mentiras, muitas delas adredemente construídas, preparadas pelos fiéis marqueteiros, que ganham milhões e por isso não medem esforços para induzir o povo a escolher o seu candidato, custe o que custar. As disputas políticas se transformaram numa verdadeira batalha pelo voto entre os diversos candidatos, numa guerra onde o principal instrumento de luta são as mentiras, as trocas de acusações, que muitas vezes chegam a atingir a honra e a dignidade dos adversários. Mas, tudo apenas com o objetivo previamente combinado para polarizar a disputa e afastar a atenção para os demais concorrentes.
Nas últimas eleições, por exemplo, ficou bastante evidenciado tamanha diferença entre o que a candidata Dilma Roussef pregou ao longo de sua campanha e o que ela realmente fez depois de assumir o cargo de Presidente da República pela segunda vez. Tão logo começou a governar, a Presidenta passou a fazer tudo diferente daquilo que havia prometido e se comprometido com os seus mais de cinquenta e três milhões de eleitores. Imagens gravadas durante a sua campanha comprovam que a mentira foi a arma mais utilizada para convencer o povo de que seria mais seguro manter a sua permanência no poder do que correr o risco de colocar um outro candidato. Mas, tudo não passou de um verdadeiro estelionato eleitoral, razão pela qual a avaliação do atual governo vem caindo vertiginosamente nas pesquisas. Isso significa dizer que a grande maioria que votou na continuidade do governo se arrependeu e hoje certamente ela não teria sido reeleita.
Mas, para ser justo, essa prática não ficou restrita apenas ao governo federal, pois nos estados também temos vários e vários exemplos de promessas de campanha sem compromissos com a verdade. O nosso Governador, Paulo Câmara, por exemplo, também andou fazendo promessas que, pelo que parece, também não serão cumpridas. O que se pregava era a ilusão de um estado em acelerado crescimento econômico, com várias indústrias se instalando por aqui, com o Porto de Suape em pleno vapor, com o estaleiro e tantas e tantas fábricas vindo para o estado. Dizia-se, inclusive, que entre os estados no nordeste, Pernambuco era o que mais crescia. Pernambuco crescia, inclusive, mais que a média nacional.
Agora, depois que o Governador Paulo Câmara tomou posse, toda aquela propaganda ficou no passado e a realidade se revelou como uma bomba que caiu na cabeça de todos. A crise fez revelar a verdadeira face de Pernambuco: o estado está quebrado. Não há dinheiro nem para honrar os compromissos. Não há dinheiro para pagar os fornecedores, não há dinheiro para cumprir os acordos firmados com os servidores, não há recursos para investir em infraestrutura. Agora, ouvimos apenas desculpas esfarrapadas.
Mas, o pior disso tudo, o que me deixa indignado, é saber que nas próximas eleições essa mesma gente irá repetir a mesma estratégia. Outras mentiras serão criadas e ditas durante as propagandas eleitorais. Infelizmente, a grande maioria dos eleitores irá acreditar, mais uma vez, e votarão nos políticos de sempre. Talvez, porque alguns foram bonzinhos para eles, prestando-lhes "alguns favores", outros, porque um amigo pediu votos para um ilustre desconhecido.
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