E o que é Viver, Então?
A contrário senso, sobre o que falei da morte
Alguém me questiona: " e o que é viver, então?
Pergunta feita sob medida para alguém que teve
A ousadia de falar sobre a morte de uma maneira
Pouco convencional.
Falar sobre a vida, assim como da morte não
Deixa de ser desafios que se equivalem.
Mas, falar da vida confesso que parece ser mais fácil,
Afinal, da vida a gente conhece melhor que a morte.
E eu diria que viver é um estado da alma
Que pode estar consciente ou inconsciente.
Alma que as vezes adormece e outras desperta.
Assim, da mesma forma que acontece
Quando dormimos na calada das noites,
A alma também desperta e adormece,
Desperta e adormece, desperta e adormece,
Infinitas vezes.
De modo que cada vez que se envaidece,
Mais adormece e menos cresce.
E mais se enfraquece e mais se empobrece.
As almas despertam, ficam espertas por um longo tempo,
Tempo que não sabemos contar
Mas, logo outra vez adormecem.
Renovam-se as energias e outras vezes resplandecem,
Despertam de um longo sono e sempre voltam a adormecer.
É assim que as almas suplantam o tempo
Em formas universais que dão vida aos seres
Mas também se esmaecem.
E as coisas se confundem de tal sorte
Que muitas vezes não se distingue
O que realmente seja a vida
E o que por outro lado seja a morte.
A dor é tanta na partida
Que desatina até quem é mais forte
Não se concebe onde começa
Nem onde termina a vida
E nem a finada morte.
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