Por que Voto em Aécio?

             Eu tenho a plena convicção de que no Brasil,  do ponto de vista da economia, sempre existiu e sempre existirá um confronto entre as chamadas forças progressistas e as forças conservadoras. A primeira, que representaria as classes menos favorecidas, os mais pobres, sempre lutando por mais conquistas que beneficiem a população como um todo, a partir de uma melhor distribuição das riquezas produzidas. Já do lado dos conservadores estariam os  privilegiados, os ricos de família abastadas, que sempre estiveram no exercício do poder.
         No lado  dos progressistas estão aqueles que lutam por mudanças na economia e nas relações sociais,  no sentido de que um volume cada vez maior de recursos sejam canalizados para projetos que beneficiem a maioria  do povo brasileiro, ao tempo em que menos dinheiro seja canalizado para o enriquecimento de uma minoria abastada. É evidente que nenhuma pessoa de bom senso deixaria de concordar com a luta das chamadas forças progressistas e se unir a esse grupo. 
            O que é importante ressaltar, no entanto,  é que  não se pode esquecer  que o Brasil faz parte de uma comunidade internacional e está inserido em uma economia mundialmente globalizada. Numa  forma de organização de interdependência, de maneira que, tudo o que afeta a economia de um, de alguma maneira, também afeta ou põe em risco a economia de outros. É ilusão pensar  que somos um paraíso isolado, capaz de sobreviver sem  depender das relações comerciais e econômicas com os países estrangeiros, principalmente com os Estados Unidos. Porque é assim que tudo funciona: se quisermos crescer, temos que manter um bom nível de relacionamento, temos que fazer  acordos. E, fazer acordos significa que temos que fazer algumas concessões. 
           Os graves problemas brasileiros, na verdade, começam lá trás, na época do famigerado "descobrimento", que dividiu a sociedade brasileira em exploradores e explorados. Foi ali que começou a corrupção. Muitos dos heróis consagrados pela   nossa história foram, na realidade, nossos principais antagonistas. Infelizmente, nascemos e crescemos ouvindo e aprendendo nas escolas mentiras sobre fatos que deveriam nos envergonhar. E, por conta disso, por conta dessa origem perversa que tivemos, repleta de iniquidades, não poderíamos achar que hoje tudo seria um mar de rosas. Porque as propriedades, as riquezas sempre estiveram nas mãos de uma minoria de privilegiados. E isso não mudou. Por isso mesmo, a luta sempre será desigual. Porque quem tem não quer abrir mão de nada. Não quer perder nada.
        Agora, mais uma vez, o Brasil se encontra numa disputa eleitoral onde se tenta passar para a população que estamos diante de mais um desses históricos confrontos entre os interesses das  forças progressistas de um lado, e do outro as chamadas forças conservadoras. Uma, teoricamente tentando se manter no poder, como uma condição de se manter  as conquistas e os benefícios alcançados pelas classes menos favorecidas até então, a outra querendo assumir o poder para teoricamente retirar os benefícios e as conquistas  sociais do povo.
            Eu creio que  nada se conquista sem luta. Mas, há maneiras e maneiras de se lutar. Nem sempre os fins justificam os meios. Por isso é preciso entender que não se pode mudar séculos e séculos de distorções e de injustiças sociais em poucos anos. Acho que o Brasil começou a mudar já faz algum tempo. Quando muitos morreram lá trás por conta dessa luta pela justiça social. Assim, creio que é leviano  e arrogante aquele que tenta se apresentar como o herói isolado que enfrentou o poder conservador e transformou o país num exemplo de justiça social. Porque, na verdade, essas conquistas já começaram com a aprovação da Constituição de 1988, onde encontramos em seu texto  muitos resultados de lutas de vários companheiros que pagaram com suas vidas. 
       Hoje, vejo pessoas pobres que ficaram ricas. Pessoas ganhando milhões depois que chegaram ao poder. Pessoas que se locupletaram da confiança do povo e se uniram ao que há de mais reacionário, que mais representa as classes conservadoras, numa prova  inequívoca de que ninguém consegue fazer nada sozinho. Mesmo assim, insistem em pregar a ilusão e a mentira, tentando justificar as suas falhas atacando  a imagem e apontando com dedos sujos as falhas dos outros. Primeiro corrige o teu, conserta o teu telhado, antes de olhar o dos outros.
            Por isso, eu voto em Aécio. Porque acredito que é preciso sempre negociar e ele é  melhor negociador que Dilma. Neste caso, Aécio é quem reúne, no momento, essa capacidade de negociação entre os dois lados, para conduzir a economia do país, com a conciliação entre os interesses divergentes de classes, para que elas possam se manter numa relação mais justa e sustentável diante da globalização e da crise internacional. 
        No entanto, acredito que para isso não é  necessário transformar o Brasil numa ditadura populista. Por isso meu voto vai para Aécio.

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