Existe um Poder na Mente?

               Se  essa pergunta for feita para um milhão de pessoas,  a quase totalidade responderá que sim, que a mente tem mesmo poder.  Mas, se a gente perguntar a cada uma delas o que é a mente, afinal, certamente a grande maioria não saberá responder.  É curioso o fato de  como as pessoas  acreditam  e alimentam a crença de que a mente  tem um  poder sobrenatural  e que, por conta disso, sejamos capazes de  influenciar, alterar e até modificar fatos que estariam ocorrendo ou prestes a ocorrer em nossas vidas.
             Essa crença chega a tal ponto que, se eu dissesse aqui que a mente não tem qualquer poder para modificar ou transformar nada, porque tudo já fora estabelecido há bilhões de anos  pelo próprio universo, a quem cabe decidir sobre si mesmo em seu processo de evolução natural, muita gente iria  me criticar e se posicionar contra essa afirmação. Mas, não sabem como determinar onde e quando a chuva deve cair, por exemplo.
       Então, para não polemizar,  devo dizer que,  antes de responder, será preciso tecer algumas considerações a esse respeito. Precisamos, por exemplo,  definir o que é a mente? Que mentalização seria  capaz de interferir na realidade e na lógica das coisas?  De onde  se originaria, então,  tal poder?   Como ele funciona na prática?  Qual a sua utilidade na vida cotidiana dos seres humanos? A diferença entre o sim e o não  quanto ao poder da mente depende muito  das respostas a essas  prévias indagações. 

         Em princípio, eu diria que não existe uma definição completa e definitiva para a mente humana. Tudo o que foi dito até agora  a esse respeito são meras conjecturas eivadas de controvérsias. Portanto, prefiro não estabelecer qualquer definição  sobre o que venha a ser a mente. Eu só gostaria de destacar que mente,  alma e espírito não são a mesma coisa.  Entendo que a primeira está muito mais relacionada com o campo da filosofia e da ciência. Já as duas últimas, estão mais relacionadas  às crenças religiosas e à fé de cada um. Se no final, todas elas se confundem e  representam a mesma coisa, não dá para afirmar neste momento. Isso vai depender de cada um.
           O que não dá para negar é que toda essa celeuma começa no cérebro, o qual se encontra na parte superior do corpo humano, dentro da caixa craniana. Importante observar que toda a espécie do reino animal tem uma estrutura parecida com o cérebro humano, onde se concentra a capacidade cognitiva para viver e interagir consigo mesmo e com o universo que nos envolve.  Essa condição depende da quantidade e do equilíbrio dos neurônios, dos componentes  químicos e biológicos que participam  da produção e da renovação da energia e das sinapses que acontecem dentro da estrutura cerebral, que se reflete ao longo de todas as vias neurais, cuja finalidade maior é a de nos manter consciente para  com o ambiente  do qual fazemos parte. E qual seria a fonte de tudo isso? A energia produzida nas células, através da troca do oxigênio disponível na natureza. Penso, então, que o cérebro é o conjunto material e orgânico  resultante da interação  com todos os elementos que constituem o nosso estado de consciência mental, conforme o meio ambiente dispõe. 
         Muito bem. Os seres podem se encontrar em estado de consciência ou  de inconsciência, não é mesmo?  E isso depende efetivamente das condições físicas presentes em todo o aparato que constitui o cérebro. Definido previamente o estado de consciência e a capacidade de se relacionar consigo mesmo e com o mundo exterior, todo o resto  passa a depender do contexto social e das condições ambientais onde aquele ser estiver inserido. Porque todo o organismo depende basicamente destes dois pressupostos: o meio ambiente e o meio social onde ele se desenvolve. É a partir desses dois fatores que os seres  passam por um processo de assimilação e acomodação, sendo absolutamente previsíveis as possibilidades de discordâncias pontuais, os quais a tradição nos mostra que tudo será resolvido pelas diversas formas de pressão psicológicas, como normas religiosas e legais, por exemplos, aceitas pela maioria.                 Entendo que a mente tem suas raízes no condicionamento comportamental do cérebro, de acordo com os padrões de convivência estabelecidos pela sociedade onde ele se desenvolve, a partir de sua tenra idade. Nesse caso, os desvios de conduta serão rejeitados ou sofrerão ataques, com a finalidade de compeli-lo sempre a adotar a forma padrão estabelecida e imposta pela sociedade, aceito pela grande maioria dos seus semelhantes.                      Há casos em que as regras estabelecidas no  mundo exterior entram em linha de colisão  com os desejos  e pensamentos contidos  na nossa mente. É daí que surgem as divergências e os conflitos internos e externos, podendo ter desfechos variados, conforme as tradições  culturais de cada  sociedade .
          Mas, nada disso acontece na relação com o universo. Porque o universo é energia pura capaz de gerar energia em si mesma. Energia como o oxigênio, por exemplo, do qual depende toda a nossa atividade orgânica, inclusive, do nosso aparelho cerebral onde  acreditamos se encontrar a nossa mente. Eu gostaria de destacar em especial o processo de respiração, por exemplo, porque é através desse mecanismo que trocamos o oxigênio absorvido do exterior pelo gás carbônico produzido em nosso interior. Muito mais que isso, a respiração também nos comunica com o universo, uma vez que todo o ar que sai de dentro de nós, revela toda a carga emocional que determina a nossa personalidade e o nosso caráter.
        Por isso eu afirmo sem temor de errar: o universo  nos conhece profundamente. Porque nos relacionamos com ele o tempo todo, até enquanto dormimos,  através da nossa respiração. Na verdade, o que chamamos de poder da mente é resultado dessa relação que mantemos com o universo.  É dessa forma que todo o universo nos conhece em verdade. Porque toda a carga da energia, seja ela positiva ou negativa, que alimentamos  dentro de nós, se revela  pela necessidade   de respirarmos.  É durante o processo de respiração que expelimos nossos mais secretos e mais profundos pensamentos, nossas angústias, nossas maldades, etc. Não adianta pensar que conseguiremos enganar o universo, pois toda a verdade que está dentro de cada um de nós se revelará quando expirarmos o gás carbônico que sai de nossas entranhas. 
     É exatamente no momento em que interagimos  com o universo através da respiração, que nos revelamos como verdadeiramente somos. E se plantamos coisas boas, certamente, de uma forma ou de outra, o  universo conspirará a favor e cuidará para que colhamos coisas boas. Esse é o verdadeiro poder da mente.

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