Depoimento de uma jovem para todos os pais


            Engraçado, como tem gente que gosta de apontar os defeitos e as fraquezas dos outros com seu dedo sujo. São pessoas que sempre procuram criar ilusões e tentar nos convencer de que seus erros são, digamos, menos danosos e, por conseguinte, melhores do os dos outros.    
          O usuário de cocaína, por exemplo, diz que não usa o crack, pois é uma droga muito perigosa, que vicia com muita facilidade. A cocaína não, é uma droga mais elitizada e que só cheira de vez em quando. Já alguns usuários da maconha dizem que  não usam a cocaína, pois a maconha é uma droga leve, que não faz mal a ninguém. Defendem, inclusive, a sua  liberação. Já o viciado em cigarro diz, “não, eu só fumo cigarro, de jeito nenhum fumaria uma coisa ilícita como a maconha”. E tratam os usuários da maconha como “maconheiros”. Outros dizem que só bebem uma cachacinha, pois fumar faz muito mal à saúde. Dizem que bebem quando querem ou apenas nos finais de semana. Muitos criticam a cachaça e dizem que só bebem whisky ou uma cervejinha e por aí vai.
        Não adianta querer tampar o sol com a peneira. Qualquer vício causa danos não somente à saúde do viciado, mas também à saúde  daqueles que o amam.
        O depoimento a seguir se trata de uma emocionante e, ao mesmo tempo triste,  história da vida de uma jovem usuária de drogas.
          
domingo, 12 de junho de 2011
UM DEPOIMENTO FORTE, CONTUNDENTE, CHOCANTE, MAS UM ALERTA AOS PAIS E AOS JOVENS....
           Meu nome é Patrícia, tenho 17 anos, e encontro-me no momento quase sem forças, mas pedi para a enfermeira Dane minha amiga escrever esta carta que será endereçada aos jovens de todo o Brasil, antes que seja tarde demais: -" Eu era uma jovem 'sarada', criada em uma excelente família de classe média alta Florianópolis. Meu pai é Engenheiro Eletrônico de uma grande estatal e procurou sempre para mim e para meus dois irmãos dar tudo de bom e o que tem e melhor, inclusive liberdade que eu nunca soube aproveitar. Aos 13 anos participei e ganhei um concurso para modelo e manequim para a Agência Kasting e fui até o final do concurso que selecionou as novas Paquitas do programa da Xuxa. Fui também selecionada para fazer um Book na Agência Elite em São Paulo. Sempre me destaquei pela minha beleza física, chamava a atenção por onde passava. Estudava no melhor colégio de 'Floripa', Coração de Jesus. Tinha todos os garotos do colégio aos meus pés. Nos finais de semana freqüentava shopping, praias, cinema,curtia com minhas amigas tudo o que a vida tinha de melhor a oferecer às pessoas saradas, física e mentalmente. Porém, como a vida nos prega algumas peças, o meu destino começou a mudar em outubro de 2004. Fui com uma turma de amigos para a OKTOBERFEST em Blumenau. Os meus pais confiavam em mim e me liberaram sem mais apego. Em Blumenau, achei tudo legal, fizemos um esquenta no 'Bude', famoso barzinho na Rua XV.À noite fomos ao 'PROEB' e no 'Pavilhão Galego' tinha um show maneiro da Banda Cavalinho Branco.Aquela movimentação de gente era trimaneira''. Eu já tinha experimentado algumas bebidas, tomava escondido da minha mãe o Licor Amarula, mas nunca tinha ficado bêbada. Na quinta feira, primeiro dia na OKTOBER, tomei o meu primeiro porre de Chope. Que sensação legal, curti a noite inteira 'doidona', beijei uns 10 carinhas, inclusive minhas amigas colocavam o Chope numa mamadeira misturado com guaraná para enganar os 'meganha', porque menor não podia beber; mas a gente bebeu a noite inteira e os otários' não percebiam. Lá pelas 4h da manhã, fui levada ao Posto Médico, quase em coma alcoólico, numa maca dos Bombeiros.. Deram-me umas injeções de glicose para melhorar. No dia seguinte aquela dor de cabeça horrível. No sábado conhecemos uma galera de S. Paulo, que alugaram um AP' no mesmo prédio. Nem imaginava que naquele dia eu estava sendo apresentada ao meu futuro assassino. Bebi um pouco no sábado, a festa não estava legal, mas lá pelas 5h30 da manhã fomos ao 'AP' dos garotos para curtir o restante da noite. Rolou de tudo e fui apresentada ao famoso baseado' Cigarro de Maconha', que me ofereceram. No começo resisti, mas chamaram a gente de 'Catarina careta', mexeram com nossos brios e acabamos experimentando. Fiquei com uma sensação esquisita, de baixo astral, mas no dia seguinte antes de ir embora experimentei novamente. O garoto mais velho da turma o 'Marcos', fazia carreirinho e cheirava um pó branco que descobri ser cocaína. Ofereceram-me, mas não tive coragem naquele dia. Retornamos a 'Floripa' mas percebi que alguma coisa tinha mudado, sentia a necessidade de buscar novas experiências, e não demorou muito para novamente deparar-me com meu assassino 'DRUGS'. Aos poucos, meus melhores amigos foram se afastando quando comecei a me envolver com uma galera da pesada, e sem perceber, eu já era uma dependente química, a partir do momento que a droga começou a fazer parte do meu cotidiano.Fiz viagens alucinantes, fumei maconha misturada com esterco de cavalo, experimentei cocaína misturada com um monte de porcaria. Eu e a galera descobrimos que misturando cocaína com sangue o efeito dela ficava mais forte, e aos poucos não compartilhávamos a seringa e sim, o sangue que cada um cedia para diluir o pó. No início a minha mesada cobria os meus custos com as malditas, porque a galera repartia e o preço era acessível. Comecei a comprar a 'branca' a R$ 10,00 o grama, mas não demorou muito, para conseguir somente a R$20,00 a boa, e eu precisava no mínimo 5 doses diárias.Saía na sexta-feira e retornava aos domingos com meus 'novos amigos'. Às vezes a gente conseguia o 'extasy', dançávamos nos 'Points' a noite inteira e depois... farra! O meu comportamento tinha mudado em casa, meus pais perceberam, mas no início eu disfarçava e dizia que eles não tinham nada a ver com a minha vida...Comecei a roubar em casa pequenas coisas para vender ou trocar por drogas...Aos poucos o dinheiro foi faltando e para conseguir grana fazia programas com uns velhos que pagavam bem.Sentia nojo de vender o meu corpo, mas era necessário para conseguir dinheiro. Aos poucos toda a minha família foi se desestruturando. Fui internada diversas vezes em Clínicas de Recuperação. Meus pais, sempre com muito amor, gastavam fortunas para tentar reverter o quadro. Quando eu saía da Clínica agüentava alguns dias, mas logo estava me picando novamente. Abandonei tudo: escola, bons amigos e família. Em dezembro de 2007 a minha sentença de morte foi decretada; descobri que havia contraído o vírus da AIDS, não sei se me picando, ou através de relações sexuais muitas vezes sem camisinha. Devo ter passado o vírus a um montão de gente, porque os homens pagavam mais para transar sem camisinha. Aos poucos os meus valores, que só agora reconheço, foram acabando, família, amigos, pais, religião, Deus, até Deus, tudo me parecia ridículo. Meu pai e minha mãe fizeram tudo, por isso nunca vou deixar de amá-los. Eles me deram o bem mais precioso que é a vida e eu a joguei pelo ralo. Estou internada, com 24 kg, horrível, não quero receber visitas porque não podem me ver assim,não sei até quando sobrevivo, mas do fundo do coração peço aos jovens que não entrem nessa viagem maluca...Você com certeza vai se arrepender assim como eu, mas percebo que é tarde demais pra mim.
OBS.: Patrícia encontrava-se internada no Hospital Universitário de Florianópolis e a enfermeira Danelise,que cuidava de Patrícia, veio a comunicar que Patrícia veio a falecer 14hs depois que escrevera essa carta, de parada cardíaca respiratória, em conseqüência da AIDS.
       
           SER PAI E MÃE É UMA ENORME RESPONSABILIDADE. SERÁ QUE VOCÊ ESTÁ CONSCIENTE E PREPARADO PARA EXERCER ESSA DIVINA MISSÃO? 









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