Inerte

Sinto-me o centro do nada
Um rastro perdido

De incertezas nebulosas.
Inerte

Sob um asfalto cinzento.

Voltado para dentro de mim mesmo

Às vezes, sou uma mistura confusa,

Dividido entre o inferno e o paraíso.

Talvez, eu seja apenas mais um fruto perdido

De uma paixão indecente.

Um beijo roubado

Por uma boca vil.

Nos dias de angústia

Lanço um olhar distante,

Que se perde no vazio do horizonte.

Agora, nada mais importa

Se já não há mais flores no jardim

E a solidão aos poucos me devora.

Olho o espaço, mais uma vez,

E sinto apenas a vida dando voltas

Enquanto sigo confuso

Em busca  por  respostas.

O mundo se transforma lentamente em cinzas.

Coberto pela desilusão,

Quase nem percebo

Mas, o Amor permanece paciente

Com suas mãos estendidas,

Com seu olhar angelical,

Cheio de misericórdia,

Nessa incompreensível ânsia

De me salvar.

Comentários

Parabéns pelo belo texto. Nós que fazemos parte dos porões do poder nos sentimos assim, INERTES aos desmandos dos poderosos da nação. Grande abraço colega.

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