Pra não ter um enfarte

Caiu na net e  virou notícia
O que aconteceu no judiciário
Sobre  o aumento  milionário
Parece caso de polícia.

Por  que será,  excelência,
Que a ganância não tem cura
Até na magistratura
Que fala tanto em decência?

Todo mundo tá falando
tanta coisa  nos jornais
os privilégios  nos tribunais
cada vez  mais aumentando.

É direito disso, daquilo
Subsídios multiplicando
A conta  deles  engordando
E  tudo  seguindo  tranquilo

Para eles não existe sofrimento
Eita grupo de  privilegiados
Recebem tantos  atrasados
E os servidores sem aumento

Cadê o  princípio da  igualdade
Se tantos se dizem decentes
Por que  nomear os  parentes,
Só eles merecem  felicidade?

A divisão é tão desigual
São dois pesos, duas medidas:
Prá eles reposições garantidas
Prá nós congelamento salarial.

É muito difícil se conter
E não ficar indignado
Ver essa lista de atrasados
Que eles vivem a receber.

Por mês é muito dinheiro
Pago a esses homens de bem
Que Fazem  o que lhes convém
E esquecem o  povo brasileiro.

São os  marajás modernos
Do poder judiciário
Que  recebem autos salários
E andam felizes de ternos

E dizem que a remuneração
É tudo coisa legal
Não fere o teto salarial
Previsto na Constituição.

Tudo dentro da legalidade
O Supremo asseverou
O governo se calou
É essa a realidade.

Nessa estranha democracia
Querem aumentar o horário
Sem aumentar o salário
Isso é muita covardia.

É tanta hipocrisia
Tanta  Ilegalidade,
Por que  tamanha  Maldade
Apenas  com a nossa categoria?

Essa gente nunca se cansa
De nos causar sofrimento
Mas a dor nos serve de alimento
A nossa perseverança.

O presidente  nada sabe informar
Contudo, Excelência,  lamento,
Não pode haver pagamento,
Sem a presidência autorizar.

E o Presidente nada sabe dizer
Essa desculpa agora virou moda
 vontade de gritar é f...ato
Pena, a rima não posso  fazer.

O cenário me causa indignação
Fere o princípio da moralidade
Ver tanta autoridade
Recebendo  dinheiro sem razão.

O mundo dá muitas voltas
E tudo isso vai mudar
Essa teta há de secar
Diante de tantas revoltas.

Imaginem  o que acontecia
Antes do Conselho Nacional
Acima do bem e do mal
O judiciário se fazia

Reinando absoluto
Sem dar satisfação
Pois, sem fiscalização
Agiam  livremente  os astutos.

Viva Eliana Calmon
Essa  grande Corregedora
Com essa  mulher batalhadora
A justiça há de  mudar  o tom

Deus abençoe  a  Corregedora
Uma mulher  de muita gana
Seu nome é Eliana
- Dá duro neles, Doutora.

O que ela disse não se revoga
Concordo, senhora Calmon
Quem se curva a deus Mamon
Não  merece vestir uma toga.

Parabéns por sua coragem
A senhora nos traz  confiança
Agora nós temos esperança
De combater a bandidagem.

Meus caros,  a farra acabou
Entendam o que  eu falo
Agora, vocês tem um  calo,
Ministra Eliana chegou.

Só não esqueça o  nosso Estado
Que aqui não é diferente
Fiscaliza  eles prá gente-
Um povo sofrido, injustiçado.

Olhai um pouco prá nós
E ouvi o nosso clamor
De tanto gritar com ardor
Estamos cansados, sem voz.

Gente, é hora de união
Prá quem vive no sufoco
Temos que dar logo o troco
Cobrando uma explicação.

Apelo aos juízes do País inteiro
Não  fiquem tão indiferentes
Pois, todos são homens decentes
Não devem calar por dinheiro.

É preciso tomar uma decisão
Não fiquem em cima do muro
Se querem um pais de futuro
Não pequem por omissão.

É bom se olhar no espelho
Não temam a fiscalização
Respeitem a  instituição
Escutem  o nosso Conselho.

Não deixem a banda passar
Aproveitem esse  grande momento
Peguem  qualquer instrumento
E vamos juntos tocar.

É preciso haver mais respeito
Sem jamais se acovardar
É preciso você  acreditar
O Brasil ainda tem jeito.

Não sou poeta nem nada
Também não sou cordelista
Nunca fui repentista
Mas gosto de  embolada.

Aos  artistas de tão bela arte
peço por tamanha heresia
Perdão, pois  essa minha ousadia
Foi só  prá evitar um  enfarte.










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