A Decadência do Futebol Brasileiro
Como tantos e tantos brasileiros, eu sempre gostei de futebol. Desde menino costumo bater minha peladinha juntos com amigos. Também sou torcedor apaixonado e, como muitos, também costumo ver e discutir sobre futebol e sobre os jogos. Mas, confesso que há tempos deixei de frequentar os estádios para ver meu time jogar, não somente por causa da violência, mas principalmente porque o futebol já não é o mesmo que era. Hoje as torcidas organizadas tomaram conta de tudo, de maneira que os clubes ficaram reféns e não conseguem se livrar delas. Por outro lado, já não se joga nem se emociona como antes. Já não se joga mais por amor à camisa. Hoje, tudo gira em torno do dinheiro. Para os jogadores, o que importa é a fama e a ambição de jogar em um time europeu para ganhar milhões de dólares.
Percebe-se um que de promiscuidade no ar. Há uma mal cheio envolvendo cartolas e o quadro de arbitragem. As contratações equivocadas com atletas recebendo altos salários sem render o que se espera dentro de campo. Quanto aos jogadores, muitos sequer fazem um gol. Outros passam a maior parte do tempo no departamento médico. Ninguém consegue explicar como alguns se dizem jogadores de futebol, são contratados quando lhes falta intimidade com a bola.
Além do mais, do que ocorre dentro e fora de campo, ainda temos a televisão controlando até os horários das partidas. Para não comprometer a grade de programação, partidas são colocadas às dez horas da noite, em pleno meio de semana. Porque o que interessa mesmo são os milhões que rolam no futebol. Sempre se ouviu falar sobre suspeitas dos dirigentes da CBF. Muitos eram acusados de corrupção, mas ninguém tomou qualquer providência.
E quanto à arbitragem? Bom, essa dispensa qualquer comentário. Basta dizer que muitas partidas são decididas por erros de arbitragem. Não dá para definir se os erros, muitos deles grosseiros, são cometidos por falta de capacidade e de preparo ou por concerto prévio entre os árbitros no sentido de prejudicar essa ou aquela equipe, mantendo determinados resultados para favorecer alguém ou beneficiar algum clube. Essa falta de confiança tem afastado muitos torcedores. Sem contar que os preços dos ingressos estão pela hora da morte. Tudo tem que valer a pena.
Já não há mais aquele futebol bonito como antes. Daquele de encher os olhos e que faz valer cada centavo pagos para assistir. Hoje o futebol é feio, violento, cheio de truculências. Parece até um misto de futebol e uma partida de rugby americano. O drible virou ofensa e desrespeito ao adversário. Aqueles que jogam bola e tentam mostrar um pouco de categoria, correm o risco de terem a perna quebrada por um desses marcadores grosseirão e serem banidos para sempre do futebol. O negócio principal não é fazer o gol, o importante é não tomar. Afinal, o empate é um bom resultado. Muitos empresários controlam , juntos com técnicos, controlam a contratação de jogadores que não tem qualidade nem apresentam um bom futebol. Futebol passou a ser visto apenas como um grande negocio. Coitado dos fanáticos torcedores. eles se matam e não sabem, que por trás do emocionante grito de gol, há um grupo de privilegiados que tiram proveito de sua paixão.
E quanto a seleção brasileira? Venhamos e convenhamos, não há mais identidade entre a seleção e o povo brasileiro. Tudo virou comércio, marketing. Os envolvidos numa partida de futebol, desde os jogadores aos repórteres que trabalham na transmissão das partidas, parecem estar muito mais preocupados em manter a euforia na mente das pessoas apenas para manter a audiência e consequentemente seus empregos e seus altos salários. Afinal, eles são profissionais da bola e é dali que eles tiram o sustento. Mas, todos nós sabemos que não existe mais patriotismo, nenhum deles jogam por amor à camisa e ao seu país. Quando perdem, voltam para seus clubes sorridentes ou chorando lágrimas de jacaré. Todos montados numa grana e dirigindo seus carrões de luxo. Incrível.
Hoje jogador virou estrela. São os astros da bola, das marias chuteiras e do pagode. São astros das ostentações milionárias, das mansões e dos expertos e ricos empresários. Dos aproveitadores da tradição popular, da paixão do povo, para ganhar cada vez mais dinheiro. Hoje não vejo mais estrelas de orgulho estampadas no peitos dos jogadores. Hole só consigo enxergar apenas cifrões.
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