Je ne Suis pas Charlie, Aussi.


    
                            Ontem em um telejornal, tomei conhecimento de que a próxima edição do jornal Charlie Hebdo será sobre o Profeta Maomé. Espero que seja apenas boato, até  porque se isso for verdade, depois de tudo o que já aconteceu, será a prova viva de que essa gente não merece o nosso respeito. Je ne suis pas Charlie.



                   Sobre esse assunto, ouvi também um comentário no rádio onde alguém dizia o seguinte: - "ah, muitos fazem piadas e brincadeiras com o Papa, com Pastores, com Jesus e líderes de outras religiões e nenhuma parte comete atos terroristas". Tudo bem.  Mas, quem nunca viu ou ouviu amigos chamando o outro de corno,  dizendo que já dormiu com a mulher do outro, coisas desse tipo, onde muitos brincam e tudo é levado na gozação? Porém, isso não quer dizer que todo mundo tenha que aceitar esse tipo de brincadeira. Quantas mortes não tem acontecido por causa de brincadeiras como estas? É preciso sempre  respeitar aqueles que não tem o mesmo  senso de humor.
                          Apesar de reconhecer e respeitar o direito à liberdade de expressão, não encontro justificativa para insistir nessa sandice irresponsável. Porque  tirar proveito da fama de um jornal para atacar a fé das pessoas e pregar o ódio e o separatismo é uma irresponsabilidade. Não deveria ser o direito à liberdade de expressão ou de imprensa o mote da discurssão neste momento, mas até que ponto se pode fazer uso desse direito legítimo para atacar a moral, a fé e a imagem das outras pessoas.  A luta contra o terrorismo é uma luta de todos nós, sejamos muçulmanos ou não. Mas, ficou evidenciado  que o ataque ao Jornal Charlie Hebdo foi uma consequência direta de suas charges sem graça. Eu diria até que foi um desfecho previsível demais. 

                         Até que ponto a liberdade de imprensa dá o direito  de invadir a privacidade das outras pessoas? Até que ponto a liberdade concede o direito de um  jornalista qualquer brincar ou fazer piada de mal gosto com a fé das outras pessoas?  Até que ponto se pode garantir que a reação de quem  se sinta prejudicado ou ofendido com isso seja proporcional à ação do ofensor? 




                         Sou completamente a favor da liberdade em todos os sentidos.  Mas, isso não significa dizer que eu seja favorável  ao mau uso dessa liberdade.  Sou favorável ao uso da liberdade, desde que o usuário tenha a plena  consciência de seus limites e de ter a responsabilidade para assumir as consequências do seu mau uso. Eu não sigo nem represento qualquer religião, muito menos a muçulmana, até porque sou um cristão que acredita e defende o livre arbítrio.

 

                 
                               Acredito que Jesus não foi enviado para fundar nenhuma religião fundamentalista, Portanto, acho que brigar ou matar por causa de religião é a prova de que a verdadeira mensagem de Jesus foi distorcida e vem sendo mal utilizada  pelos homens, homens que não querem que a verdade prevaleça  sobre as  mentiras  impregnadas e as consequentes crueldades deste mundo maldito.



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