Comentários Aleatórios Sobre a classe trabalhadora
Vamos considerar um trabalhador brasileiro que ganha dois mil reais brutos por Mês - que aliás, é um ótimo salário considerando a grande maioria da população. Disso são descontados por lei, INSS, FGTS, TRANSPORTE, ETC Do que sobra, o trabalhador deve fazer a feira do mês, apenas o básico do básico, sem supérfluo. E aí vai depender da quantidade de dependentes em casa. Normalmente pobre tem mais de dois filhos, mas vamos considerar apenas dois. Nessa feira o trabalhador também é obrigado a pagar os tributos e encargos embutidos nos produtos adquiridos. Se ele além de tudo ainda paga aluguel então, tem que desembolsar não menos de R$ 500,00 ( quinhentos reais ), que é o preço de uma casinha simples e pequena, dependendo do lugar. Além disso tudo, ele ainda precisa pagar conta de energia e de água, comprar roupas e sapatos, remédios, móveis para dentro de casa, oferecer um pouco de lazer para a família, de cuidados básicos como cortar o seu cabelo, dos filhos e da esposa, etc.
Nessa hora ele percebe que o dinheiro não dá e logo pensa em recorrer a um empréstimo. Vem um banco oferece um cartão com uma linha de crédito maior do que o seu salário, e o cidadão começa a se endividar cada vez mais. Porque com o cartão as pessoas perdem o limite de quanto podem gostar e se descontrolam. Não demora muito, e além de todas as despesas que ele tem que pagar, tem também os juros exorbitantes e extorsivos cobrados pelos bancos. Muitos não sabem, mas o governo é conivente com tudo isso, até porque é ele o responsável pela manutenção da elevada taxa de juros para atrair os exploradores, digo, os investidores com dólar para o país.
Quando alguém ousa questionar essa realidade, a resposta vem através de um economês enviesado para explicar o inexplicável. Porque é dessa forma que se mantém uma concentração das riquezas produzidas pelo povo trabalhador nas mãos de uma minoria, onde apenas 1% (um por cento ) da população mundial concentra 50% (cinquenta por cento ) de toda a riqueza produzida. Os outroas 50% (cinquenta por cento ) são divididos com os 99% ( noventa e nove por cento) da população restante. Infelizmente é assim que tudo funciona.
Na prática, nas empresas há sempre alguém denominado dono, que é o responsável pela direção do empreendimento. Esse dono, então, realiza contratos de trabalho com vários trabalhadores (sem os trabalhadores nenhuma empresa prospera), que fazem o negócio produzir riquezas, produzindo receita bruta. Desta receita bruta produzida, os governos em todas as suas esferas de poder, abocanham logo uma boa fatia. Isso sem ter que investir absolutamente nada. Só cobrar. Depois de serem pagas todas as dívidas e despesas ordinárias como água e luz, por exemplo, do que sobra, a chamada receita líquida, o dono embolsa no mínimo a metade e uma pequena parte é separada para pagar os míseros salários dos trabalhadores. Depois de receberem seus salários mensais, esses mesmos trabalhadores se transformam em consumidores e irão adquirir os produtos produzidos por eles mesmos ou por outros trabalhadores como eles.
Dessa forma, o seu dinheiro retorna às mãos dos governos, através dos impostos embutidos nos produtos. Para garantir sua grande fatia, ele contrata trabalhadores com relativa estabilidade para contabilizar as entradas de dinheiro em seus cofres, que ironicamente chamam de públicos, apesar de que poucos sabem o quanto tem dentro dele. Além do que, boa parte vai parar nos bolsos dos empresários e dos banqueiros, através dos lucros auferidos com a venda de seus produtos. (desconsiderem aqui as propinas por conta da corrupção ). Os banqueiros também entram aqui porque normalmente são eles que financiam a produção e as vendas através do cartão de crédito.
É dessa forma que se mantém esse ciclo vicioso, malévolo e injusto, onde os trabalhadores, que na verdade são quem sustentam esse país, são mantidos em sua ignorância, sem instrução e desunido, para não perceberem o quanto são injustamente remunerados e explorados sem dó e sem piedade. Além de tudo isso, é o trabalhador que corre o risco do desemprego, quando o governo administra mal suas contas e tem que arrecadar um volume ainda maior de dinheiro e as empresas começam a ter dificuldades econômicas e dispensam seus trabalhadores. e, quando quebram, os trabalhadores normalmente recebem muito pouco a título de indenização ou comumente demoram a receber ou nada recebem.
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