De onde vem a nossa vida?
Antes de responder, devo adiantar
que trago comigo uma visão bastante controvertida sobre esse assunto,
que não tem nada a ver com fé religiosa ou com qualquer mensagem contida em livros
considerados sagrados pela
maioria das pessoas.
Lembro de um amigo evangélico que dizia
que não importa o quão absurdo seja o relato bíblico. ele sempre se referia ao fato de Jonas ter sido engolido
por um peixe grande e sobrevivido depois de três dias e três noites. Ele dizia também que se a
Bíblia dissesse que Jonas engolira uma baleia, ele não duvidaria, pois tudo
seria uma questão de fé.
Apesar de reconhecer e respeitar as tradicionais teorias
sobre o surgimento da vida na terra, devo dizer que
esse meu pensamento nada tem a
ver com fé. Porque a criação em conformidade com os preceitos religiosos é
uma questão de fé e não de ciência, e não de razão.
Eu só gostaria de revelar aqui um pensamento que há muito tempo trago em
minha mente. Porque, para mim, a terra é que contém a energia da vida. Apesar de ela não ser a vida, é ela
que antes reúne todos os elementos
necessários para o desenvolvimento de uma consciência universal consistente e
relativamente autônoma em nós, assim
como nos demais seres existentes.
Somos
todos seres telúricos. E não somos tão superiores tanto quanto
fazemos acreditar. É o planeta que contém as energias vitais, oriundas
das atividades ocorridas há milhões de
anos em nossa galáxia. São as ações e reações químicas, ocorridas ao longo da formação do nosso planeta que nos possibilitaram essa sub vida. Devo salientar, no entanto, que essa sub vida não
surgiu assim, num passe de mágica,
pronta e acabada como a conhecemos hoje. Ela certamente deve ser fruto de uma evolução
milenar a partir de uma inseminação ( ou contaminação) por corpos
vindos do espaço. O que chamamos de vida, na verdade, eu considero um substrato, uma sub vida de autonomia limitada oriunda de uma
fonte de energia planetária.
Toda a energia que necessitamos é
fruto de uma dádiva contida no nosso
planeta. Porque é o
planeta que contém a energia essencial
da vida. Porque só a essência da vida gera vida. Vida que também pode gerar sub vida. Mas, a sub vida somente pode gerar sub vida, a
qual pode retornar a ser vida, não
carne. Porque carne não é vida, ela pode conter vida.
Creio
que a vida, tal qual a conhecemos através de nossa limitada e relativa capacidade de
compreensão, vem de uma relação de interdependência entre universo e os planetas. Parece óbvio, mas isso significa dizer que a
vida não nos pertence. Não a possuímos, porque ela é apenas um reflexo de energia vital que vem do universo. A vida é
uma dádiva, uma graciosidade.
A vida nos permite a capacidade de
geração de vida similar, com imperceptíveis alterações, a partir de um
código de contemplação primordial. Na
verdade, somos um substrato, um conjunto
constituído por milhões de microrganismos originários, que se compõem e se decompõem como uma orquestra, que resulta
na formação de um corpo complexo, que não
tem um comando sobre suas unidades
constituintes.
É da organização desses bilhões de elementos
universais, os quais, em tempos
disformes , multiplicam-se e se
desenvolvem a partir de um código
universal presente desde a formação das galáxias. É essa junção que potencializa
as consciências, frutos dessa multi fusão, embora tudo seja bastante efêmero em relação ao tempo e a
velocidade dos demais corpos presentes no universo.
No entanto, essas ações em
função das potencialidades físicas, que
caracterizam as sub vidas, aceleram o envelhecimento e a morte dos corpos, uma
vez que são substratos dotados de limitada capacidade de renovação da energia necessária à sua longevidade.
O segredo está nessa terra que contém
a fonte da vida. Da vida que nos
alimenta. Nessa mãe, por tantos ignorada e vilipendiada. Por tantos que cheios de conhecimento
humano, mas encharcados pela vaidade e carentes de humildade,
caminham de olhos fixos no espaço, encantados
com os reflexos de um tempo que já passou e não sabem, a procura de um futuro a cada segundo mais distante.
Comentários