O que é o reino de Deus?



                 Já ouvi muitos pregadores dizerem que Jesus falou nesse "tal reino", mas nunca disse uma só palavra de como ele  seria, mas isso não condiz com a verdade. Os desatentos não perceberam que o reino de Deus  sempre esteve ali, representado na própria imagem e nas pregações do Senhor. Estava também  nos seus ensinamentos, nos seus exemplos e nos seus gestos de amor perante a pessoa do outro, a quem Ele chamou de “próximo”. Através de Jesus percebemos claramente o que diferencia  o reino de Deus desse ao qual servimos.
              Antes de mais nada, devo prevení-los  de que o reino de Deus não se confunde com  nenhuma igreja. Não se trata de nenhuma religião ou de um determinado lugar; não se trata de uma filosofia ou de uma facção ideológica. Para compreendermos o que seja o reino de Deus, é preciso antes  nos abstrairmos de toda essa estrutura de dominação presente neste mundo, pois que o Senhor um dia disse “meu reino não é este”. 

           “ E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.” Lucas 17 (21-22), Novo Testamento.

           Agora, deixemos de lado a teoria e vamos a um exemplo prático, contando uma história verídica que aconteceu há bem pouco tempo, lá na China, se não me falha a memória.
           Uma mulher humilde e completamente cega,  que morava em um pequeno vilarejo, soube que um grande cirurgião oftalmologista estava na cidade para realizar cirurgias gratuitas nas pessoas sem condições de pagar. Contudo, o vilarejo onde ela morava ficava nas montanhas a quilômetros de distância, de modo que ela ficou muito triste porque não tinha  nenhuma condição de  descer  sozinha a montanha  para ir até o hospital onde o referido médico estava prestando atendimento.
                 Até que um homem simples que morava nas redondezas resolveu ajudá-la e a carregou por várias horas  nas costas, descendo por caminhos estreitos e perigosos da região  montanhosa. Apesar de todos os riscos e do seu cansaço, o homem  conseguiu vencer os  precipícios e finalmente chegar  ao local onde estava a equipe médica que,  diante daquele gesto, se sensibilizou e operou  com êxito os olhos da referida senhora.
                    Eu não sei o nome  daquele humilde  homem que  carregou   uma senhora nos braços para que ela fosse operada e voltasse a enxergar. Mas eu sei que ele existe e que mora em algum lugar lá na China. Eu sei que Deus e todo o universo também sabem do tamanho do amor que foi preciso para aquele homem fazer o que fez, sem pedir nada em troca. Eu sei também que entre esses sete bilhões de pessoas que ocupam o nosso planeta neste momento, existem alguns milhões de outras pessoas capazes de praticar atos como esse em benefício do seu próximo. Pois bem: isso é a prova mais evidente de que o  reino de Deus existe e está entre nós.

                         19.  Muita gente ao passar em frente a uma  igreja  católica costuma fazer o sinal da cruz. Isso é certo ou errado?

                   Igreja,  nessse sentido, é  considerada um templo, um  local de  congregação onde as pessoas se reunem para  prestar louvores ao seu Senhor diante do Altar.  Mesmo que esteja fechada, sabe-se que lá dentro existe um Altar onde as autoridades  fazem as suas pregações e os ensinamentos religiosos. Fazer o sinal da cruz ao passar diante de um templo  nada mais é do que um gesto de reverência que só demonstra  respeito pela "Casa de Deus".  Afirmar que é certo ou errado depende do ponto de vista subjetivo, pois não  enxergo  nenhum mal  nisso.

                            20. Você é contra ou a favor à adoração de imagens?

                  Eu pessoalmente não adoro nem acredito que imagem tenha poder para alguma coisa. Porém, costumo respeitar aqueles que pensam de maneira diferente. 
                  Em tempos remotos, os homens eram identificados de acordo com a tribo a que pertenciam,  assim como hoje somos reconhecidos pelo nome da famíla. Antes existiam totens que representavam as tribos, além dos seres  que simbolizavam o diversos  deuses que  davam proteção à tribo. Por isso, seus deuses eram  venerados  e adorados pelo povo, como uma forma de se manterem unidos e coesos na defesa de seus  territórios, diante das cosntantes ameaças de  ataques de povos conquistadores. 
                 No passado condenou-se a adoração de imagens  porque elas encarnavam  o próprio deus naquela época. Esse  costume  precisava ser superado  para possibilitar a união não somente de uma tribo, mas de todos os povos através da adoração de um único Deus, evitando que as diferentes raças e crenças  continuassem alimentando o ódios e as  guerras entre  diversas tribos. 
                     Contudo, os tempos mudaram, de modo que  o significado e o sentido da  palavra adoração de imagem também mudou. Não se adora mais uma imagem nem uma fotografia de quem tanto se ama, pois se deve saber que ali não se encontra um deus encarnado. Apenas se guarda uma recordação e se presta homenagens eventuais. Um povo não se representa mais através de um  simples totem.
                     As nações do mundo inteiro, por exemplo, possuem  uma bandeira como um dos símbolos da pátria, a qual ocupa um lugar importante dentro dos corações do seu povo que  lhe presta reverência. Mas, a bandeira não representa nenhuma deusa. Ela é uma representação simbólica da nação e  não a pátria  em si  mesma. De modo que, rasgar ou se referir à  bandeira com desprezo pode ser considerado uma ofença a toda uma nação. É preciso ter respeito.
                 O que me parece estranho é a tentativa de se manter uma conversa com uma imagem  para pedir-lhe algo, pois imagens não ouvem nem falam com ninguém.  Nenhuma imagem é dotada de alma ou de força espiritual capaz de atender aos anseios de quem quer que seja. No entanto, se uma pessoa tem fé e mesmo assim adora  e se dirige a uma imagem, eu digo que o mais importante será sempre  o tamanho de sua fé e não a imagem.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A grande balança do universo

O que é subvida?

Reencarnação: derradeira abordagem