Fala-se que Deus é Amor, mas a Razão onde fica?
Todos
sabemos o que o amor representa em nossas vidas. Contudo, é ingenuidade acreditar que Deus seja somente amor. Porque Ele é maior que tudo, inclusive, maior
até que o próprio amor. Portanto, da mesma forma que Deus é amor, também é
razão.
Muitas vezes, quando falamos em amor, pensamos logo
nas ações de bondade e nas decisões que
tomamos seguindo o que nos fala o coração. Porém, isso também pode gerar um
grande conflito, pois a vida não pode ser guiada apenas pelo coração. Senão
vejamos o que está escrito em Jeremias, capítulo 17, versículo 9º :
“E o coração é
enganoso”. Por isso, é importante que a razão esteja sempre presente,
caminhando ao lado do coração como garantia de comportamentos e atitudes mais equilibradas.
1 16.
É a racionalidade o que nos diferencia
dos outros animais?
Na verdade, todos
os animais somos racionais, apesar de em alguns momentos provarmos
exatamente o contrário. Porque todos nós somos constituídos das mesmas matérias
originárias, dotadas, portanto, da mesma consciência cósmica e, nesse sentido,
somos todos iguais, pois somos todos criaturas de Deus. Não é à toa que pertencemos
ao mesmo reino animal, por essas razões é que devemos nos relacionar com
respeito a essa condição.
Sei que muitos acreditam serem animais superiores porque são capazes de criar e de
realizar coisas incríveis, como as
tecnologias que melhoram e facilitam a nossa qualidade de vida. Mas não é a
inteligência que nos diferencia dos demais animais. Sem querer prolongar uma discussão científica ou
filosófica sobre essa questão, acredito que
todos os demais animais, uns mais outros
menos, também são dotados de
inteligência e racionalidade, inclusive, cachorros, gatos, elefantes, girafas,
leões, etc.. O que nos diferencia mesmo deles
são duas coisas: o nosso romantismo e a
nossa capacidade de detruir e de causar danos ao meio ambiente. São as coisas
terríveis que somos capazes de fazer
usando a nossa “inteligência”.
Por outro lado, usamos a imaginação para criar um mundo irreal,
paralelo a este no qual vivemos. Criamos uma falsa realidade, um mundo
imaginário, para fugir dessa realidade na qual muitas vezes nos sentimos prisioneiros. É o nosso
romantismo que nos dá essa capacidade de fugir e criar um mundo particular, paralelo e alheio ao que de fato existe em
nossa realidade. Nada contra o uso da imaginação, até porque muito do que foi
criado são frutos da imaginação humana. O
problema é que a grande maioria das pessoas parece ter gostado tanto dessa capacidade de fugir
para essa falsa realidade que a cada dia que passa nos afundamos mais na busca de
um mundo de sonhos e fantasias, talvez recusando-se a aceitar esta dura
e triste realidade a que assistimos no dia a dia, onde os
problemas parecem se agigantar e nos sentimos impotentes diante deles. Talvez por isso, muitos prefiram não “acordar” para os graves problemas que há tempos
nos tem atormentado e precisamos resolvê-los, juntos.
1 17. Um dia foi dito que a verdade nos libertará. Há duas conclusões importantes nessa
afirmação: a primeira é que se precisamos nos libertar é porque estamos
cativos; e a segunda, o que será essa verdade libertadora?
Existe muita gente que não
gosta de ouvir ou de conhecer a verdade.
Muitos até fazem questão de escondê-la, apagando textos antigos ou, simplemente
distorcendo a interpretação de mensagens
escritas, apenas para se manter no
exercício do poder, diante do risco de perder o controle da situação se a
verdade fosse mesmo revelada ao povo. Por outro lado, a verdade muitas vezes também pode machucar por nos trazer
revelações muito duras.
As coisas simplesmente estão acontecendo em nossa volta, porém nos recusamos a acreditar que tudo seja mesmo verdade, porque nos acomodamos em falsas ilusões que de uma certa forma amenizam um pouco os sofrimentos e as dores trazidos pelo conhecimento.
As coisas simplesmente estão acontecendo em nossa volta, porém nos recusamos a acreditar que tudo seja mesmo verdade, porque nos acomodamos em falsas ilusões que de uma certa forma amenizam um pouco os sofrimentos e as dores trazidos pelo conhecimento.
Colarei a seguir alguns exemplos simples de como os seres humanos, alheios à verdade, insistem em manter uma postura tradicionalista:
1. Antigamente
o homem acreditava que a terra era um
plano e que o céu ficava lá em cima, onde moravam os deuses. Por isso,
muitos ainda repetem aquele gesto
de apontar para cima quando se referem a
Deus, mesmo já sabendo que a terra na
realidade gira no espaço sideral em torno do sol, de modo
que podemos estar em diversas posições
geográficas, inclusive, até de cabeça para baixo em relação ao posicionamento
anterior no planeta. Assim, quando olhamos veremos sempre o infinito, seja de
qual lado ou posição estivermos no planeta, e não o céu.
2. Quantos preferem entrar nos lugares com o pé direito acreditando que
isso lhes trará sorte! Será que o nosso
pé esquerdo foi feito para nos trazer
azar, ou isso vem na realidade dessa
falsa, hipócrita e malfadada divisão política entre direita e esquerda que se
implantou no passado?
3. Repare
nas figuras que representam uma estrela. Todos sabemos que as estrelas são
redondas e não possuem cinco ou
seis pontas. Muitos, inclusive, ainda
alimentam a crença de que algumas delas até mudam de lugar e as chamam
de estrela cadente, quando não existe estrela cadente.
4. De onde vem tanto medo em torno da imagem de
uma caveira, por exemplo, se na realidade a caveira é um esqueleto
que existe dentro de cada um de nós?
Se todos temos uma caveira por dentro, então por que alimentamos tanto
esse mito inexplicável sobre a figura de uma caveira? Talvez seja isso seja mesmo o medo que temos da morte.
Na verdade, as pessoas
se acomodaram com as tradições vindas do passado e se recusam
a enfrentar certos mitos, frutos de mentiras acumuladas com o passar do tempo. Simplesmente é difícil mudar, mesmo que estejamos errados quanto as nossas crenças.
Infelizmente devo dizer que, enquanto o homem se deixar dominar pelo
romantismo, talvez perca a chance de enfrentar e mudar uma realidade maculada, herança de um
passado sombrio.
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