Sobre a Jornada Mundial da Juventude
Essa semana, o Brasil teve a honra de receber a visita do Papa
Francisco, ilustre representante e líder maior da Igreja Católica. Como todos sabem, o Papa veio para participar da já tradicional e vitoriosa Jornada Mundial da Juventude, que costuma reunir
milhões de jovens do mundo inteiro com o
grande objetivo de evangelização cristã, numa linda e emocionante demonstração de fé. Neste ano de 2013, a
Jornada acontece em nosso país, na
cidade do Rio de Janeiro e, como sempre, vários fiéis comparecem para confirmar a sua fé em Jesus Cristo. Um encontro de comunhão, que
renova as nossas esperanças por um mundo melhor.
Independente de seguimentos e
de ideologias religiosas, excluído o
caótico e inútil fanatismo
alimentado por alguns, que infelizmente insistem
em denegrir tamanha beleza, não há como negar que, de fato, é muito bom
ver jovens, oriundos de vários países, envidando esforços
para poderem participar deste evento
tão significativo para a vida de muita gente e de muitas famílias.
Não se pode deixar de prestigiar e reconhecer a importância de tamanho
acontecimento, mesmo tendo consciência dos interesses ocultos, forjados nos bastidores para a exploração midiática. Sabemos que
em qualquer evento que atraia uma multidão como aquela, haverá sempre interesses paralelos, alimentados por mentes
malévolas, com objetivos apenas na exploração
comercial e na oportunidade de
lucrar. Muitos outros,
interessados apenas no caos, também destilam seu veneno para macular uma ideia
tão brilhante, com o objetivo de desmoralizar um movimento
cristão de uma magnitude
incomensurável.
Principalmente, no momento em que todos nós sabemos dos dramas
sofridos por muitas famílias e dos danos
causados em muitos jovens pelo uso
incontrolável de drogas. A
alienação da juventude tem causado dor e sofrimento no mundo inteiro, como o recente caso do ator da série americana, Glee,
por exemplo, que dias atrás
faleceu, com apenas 31 anos, por
overdose. Ele usava drogas desde
os seus treze anos de idade.
Por essa razão, é importante ver
jovens motivados com sede e com vontade
de servir ao próximo e a Deus. Creio
bastante oportuno, independente de qual religião seja, a igreja incentivar
jovens a se unirem com o objetivo
de construir um mundo melhor para todos.
Um mundo onde a geração daqueles que hoje ousam criticar, sentindo-se donos da verdade, não foi capaz de torná-lo melhor nem da forma que tanto sonhamos. Essas mesmas pessoas, alheias aos seus próprios erros, ainda se voltam para
atirar pedras e pregar a discórdia, numa demonstração de inveja que chega
ao cúmulo da ridiculosidade.
Eu, particularmente, não me considero um defensor desta ou daquela religião, até porque
não existe perfeição em nenhuma delas. Tenho, inclusive, tecido críticas muito aqui no meu blog. Mas, são críticas apenas com a finalidade de contribuir para que
a igreja reconheça seus erros e se
renove. Por isso, optei por não fazer parte especificamente de nenhuma facção religiosa, até porque se opto por uma, hei
de defender necessariamente as normas impostas por esta, ainda que divergentes do
meu sentimento, tornando-me adversário das demais religiões. E isso não me fará
feliz. Não quero viver dominado pela mesquinhez de uma lamentável contenda sem sentido. Desta forma, livre dos
grilhões impostos pelas leis da religião, sinto-me mais à vontade para expressar o meu pensamento, sem que seja acusado de traidor de minha fé. À parte
isso, tenho a obrigação de reconhecer quando o trabalho é bem feito e elogiar gestos
e atitudes como a
do Papa Francisco, que conseguiu
reunir uma multidão de jovens do mundo inteiro, para
uma verdadeira demonstração de fé no Senhor Jesus.
Devo
lembrar apenas que um dos atributos de
Deus é exatamente a onipresença, o que
significa que Ele está sempre presente em
todos os lugares. Assim, quem está sempre presente não precisa de
representação. Aliás, aproveito essa
oportunidade para dizer também que todo o universo é interligado, de modo que
tudo o que acontece aqui ou em qualquer canto, mesmo que seja em forma de pensamento, fluirá como
uma energia compartilhada por todo o infinito.
Não, definitivamente, Deus não precisa de
representantes nesta terra, mas de pregadores. O mandamento deixado pelo Senhor foi bem explícito e diz o
seguinte: “ Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura”.
(Marcos 16,15). Então, bem-aventurados sejam aqueles que pregam o Evangelho e
cumprem o que foi mandado, sem se deixar dominar por vaidades, nem tirar proveito financeiro sobre isso, independente
de qual seja sua religião. Porque é um dever de cada um de nós pregar a
mensagem contida no Evangelho de Jesus.
O que para mim significa não somente o
falar, mas, principalmente, o agir e servir como exemplo. Parece que o atual Papa
caminha nessa direção. E por isso é
digno de todo o meu respeito.
Portanto, é preciso reconhecer que, como seres humanos,
não temos capacidade para representar o Todo-Poderoso. Nem o Papa ou qualquer líder religioso. O Papa exerce, sim, a liderança maior na hierarquia de sua Igreja, assim
como as demais religiões também elegem os
seus líderes, de acordo com os procedimentos
estabelecidos internamente. Nem
por isso podem ser considerados representantes de Deus nesta terra. Como líder
de uma Igreja, o Papa merece todo o respeito, mesmo daqueles que não comungam da mesma fé. Até
porque todos também querem ser respeitados, apesar de
pensarem e agirem de maneira
diferente.
É preciso que
todos respeitem a opção daquelas
milhões de pessoas, de adultos, de
jovens que, de maneira consciente, livre
e democrática decidiram participar da Jornada Mundial da Juventude promovida pela Igreja Católica. É preciso que todos cultivem a capacidade de enxergar o que existe de positivo nesse evento tão encantador e não fiquem se apegando a
picuinhas. Defeitos hão de existir, pois
somos todos seres humanos. Mas precisamos ter a humildade para reconhecer que a nossa geração falhou e agora
nos resta depositar as esperanças na nossa juventude e aprender a conviver com
as mudanças que devem acontecer neste
mundo.
Eu gostaria de terminar esse texto com uma
frase muito oportuna para a reflexão deste momento. Essa frase costuma ser pronunciada pelos Padres,
quando celebram suas Missas: “ Não olheis os nossos pecados, mas a fé que
anima a vossa Igreja”.
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