Judaísmo e Cristianismo: uma coisa só?
Várias
pessoas costumam definir a religião
brasileira como sendo judaico-cristã.
Ora, isso é o que
poderíamos chamar de um paradoxo. É
preciso acabarmos de uma vez por todas com uma hipocrisia que alimentamos há
tanto tempo. Definitivamente, Cristianismo e Judaísmo não se confundem. Existem alguns equívocos em relação a essas
duas grandes religiões que
precisamos enfrentar e esclarecer,
principalmente para aquelas pessoas mais humildes e de pouca escolaridade. Não sei exatamente qual o propósito de manter
essa confusão capaz de induzir o povo ao erro, o fato é que judaísmo e cristianismo nunca foram e não representam uma mesma prática
ou uma mesma filosofia de vida para todos nós, como
muitos líderes religiosos tentam passar em suas pregações. Não muito raro, ouço vários oradores tratarem
as duas religiões como uma coisa
só. Para tanto, quando realizam as suas
pregações, muitos costumam repetir a mesma
frase: “ vamos ouvir a Palavra de
Deus”. É a Palavra de Deus de pra cá,
Palavra de Deus pra lá. Ora, falando
nesses termos, quem teria a coragem de argumentar alguma coisa?
Quem em sã consciência se
recusaria a ouvir a “Palavra de Deus”?
Mas, não se iludam meus amigos. Na realidade, eles sabem que as duas religiões não se
confundem. Não representam a mesma coisa. De maneira que é preciso chamar a atenção das pessoas para essa verdade. A começar pelo fato de que, para os judeus, Jesus não é o Messias. Para os judeus, Jesus é
considerado apenas mais um profeta, como
o foi João Batista, como foi Jeremias e como foi Josué. Para o judaísmo, Jesus nunca foi considerado o verdadeiro Filho de Deus, aliás como se crê
no cristianismo. Eis aí uma grande
diferença que já coloca as duas
religiões em pólos distintos, distantes
uma da outra.
Evidente
que existem algumas coincidências entre essas
duas religiões. Como por exemplo,
o respeito aos locais considerados sagrados, a crença em um único Deus, responsável pela criação de todo o
universo. Mas essa crença também faz parte de outras
religiões, como o Islamismo. Contudo,
para o judaísmo, Deus fez um
acordo com os Hebreus para que eles fossem considerados o seu povo. O povo de
Deus. Então, isso significa que, para ser considerado um verdadeiro povo de Deus, a pessoa tem que se tornar um hebreu, ou seja, um
judeu. Não basta ser cristão, até porque, como disse, eles não consideram Jesus
o Messias, isto é, o verdadeiro filho de Deus. Para os judeus o Messias ainda
não veio. A espera para eles continua. Mas, a espera não é pelo mesmo motivo dos
cristãos. Os cristãos esperam pela volta de Jesus, os judeus pelo seu Messias,
que não é Jesus.
A
Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é considerado o verdadeiro livro sagrado porque foi revelado
diretamente por Deus. Fazem parte da Torá : Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio.
O Talmude é o livro que reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah,
Targumin, Midrashim e Comentários. Eu
poderia até parar por aqui, porque acho que esse já seria um motivo suficiente
para evidenciar que essas duas
religiões não se confundem. Portanto, quando alguém afirma que é
um cristão, deve fundamentar a
sua fé e seguir rigorosamente o que está contido no Evangelho, isto é, nos
ensinamentos do Senhor Jesus contidos no Novo Testamento. E a palavra “Novo” não está alí por acaso, pois ela tem uma razão
de ser. Vale lembrar o que diz a
Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, no seu artigo 2º, § 1o A lei posterior revoga a
anterior quando expressamente o declare, quando
seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que
tratava a lei anterior. Os
judeus fundamentam a sua fé no Torá. É preciso demonstrar que existe uma imensa
e salutar diferença entre o Velho e o
Novo Testamento. Porque Jesus não
veio para confirmar as injustiças nem a hipocrisia que eram praticadas pelos
líderes religiosos judaicos daquela época. Ele veio com o firme propósito
de nos trazer a Boa Nova, que são as mensagens contidas, principalmente, nos
Evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João.
Já para os verdadeiros cristãos, Jesus representa
a nova e eterna aliança entre Deus e os homens, que buscam o perdão dos pecados e a salvação. Jesus não veio para julgar nem condenar
ninguém. Essa é uma prática fundamentalista que faz parte dos dogmas da
religião judaica. Aliás, essa prática é a que mais vem sendo utilizada nos
últimos tempos por algumas igrejas ditas evangélicas. Muitos se conclamam evangélicos como se suas pregações
religiosas fossem fundamentadas exclusivamente
no Evangelho de Jesus. Mas, ao contrário disso,
suas mensagens sempre nos passam uma postura agressiva, em que os
líderes pregadores se ocupam muito mais em apontar seus dedos, nem sempre limpos, na direção de quem comete erros humanos.
Apontam seus dedos para pessoas que eles consideram seus desafetos
indesejáveis, colocando os fieis em conflitos, o que muitas vezes fomenta a
violência. Evangelizar que é bom, falar do verdadeiro amor entre as pessoas,
lutar pelo bem comum e pelo que é justo pouco se vê. Falar do propósito da vinda de Jesus a
esse mundo, tudo isso fica relegado a segundo ou terceiro plano. Tratam o Senhor
como se Ele fosse um gênio da lâmpada de
Aladim. Temos a pedir, pedir e pedir, condenarem e excluírem os outros. Deveres para com o
próximo, só de vez em quando. Afinal, isso não é tão importante assim, não é
mesmo, povo de Deus?
Antes da vinda de Jesus, os judeus esperavam por um
Messias diferente. Eles achavam que o Messias seria aquele líder que libertaria o seu povo das garras dos seus inimigos e o conduziria para viver no tão sonhado
mundo celestial ao lado de Deus. Mas, a decepção não tardou, porque Jesus não era um guerreiro como todos
imaginavam. Ele não veio para isso. Ele
não estava entre aqueles líderes que,
com uma espada em punho,
comandaria um exército de judeus numa sangrenta batalha contra os seus
inimigos. Então, disseram: “este não
pode ser o Messias esperado”. E a partir dessa conclusão, todos já sabem o que
aconteceu e como aconteceu.
Então, meus amigos, meus irmãos, não se
deixem iludir por palavras envolventes de oradores especialmente preparados
para isso. Busquem a verdade. Separem o joio do trigo. Leiam, leiam, leiam e
reflitam sempre. Vá diretamente na
fonte. Questione mais. Procure entender
o que eles sempre omitem. Não se deixem enganar. Porque eles fazem isso e pregam um Jesus caricaturado para confundi-los.
Porque eles sabem que não cumprem rigorosamente
as determinações do Senhor. São hipócritas, usurpadores da fé do povo,
que se locupletam da ignorância das pessoas mais humildes. Vestem-se de príncipes e usam
bons perfumes, mas estão com o coração cheio de maldades e a sua alma fede numa podridão insuportável.
Busquem por Jesus em toda a parte e em todo o momento de suas vidas.
Busquem o seu consolo. Respire e sinta o cheiro da alma de Jesus perto de você.
Coma o corpo e beba o sangue do Senhor, como ele pediu em sua Última Ceia. Viva
Jesus a cada instante. Sinta Jesus dentro do coração e dentro da sua alma. Ouça
Jesus falando. E lembrem-se de que cristianismo e judaísmo não são a mesma coisa. Pois Cristianismo é Cristianismo apenas em Jesus,
o verdadeiro e único Messias,o qual um dia falou: “ Eu sou o Caminho, a Verdade
e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim.” Então, sugiro
que leiam João, capítulo 14.
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