Eduardo, presidente nordestino.


              Na semana passada, em uma breve conversa,  um amigo me perguntou o que eu achava  da possibilidade de Eduardo Campos   lançar sua candidatura  para concorrer ao cargo de Presidente da República nas próximas eleições?   A pergunta me passou uma ligeira impressão de que, no fundo, ele tinha  algum  receio diante dessa possibilidade.  Talvez  porque ele acredite que essa não  seja uma boa ideia. Afinal,  confrontar o  considerado todo- poderoso, esse  ídolo nacional, um dos maiores líderes do momento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,  pode trazer  grandes prejuízos financeiros à economia do nosso estado. Lula, como se sabe,   já deixou bastante claro a sua  preferência  pela  reeleição da Presidenta Dilma Roussef.   Então, espera-se que seus aliados continuem rezando de acordo com a sua cartilha.
                    Eu já havia escutado alguns comentários sobre a possibilidade do nosso governador lançar  sua candidatura à Presidência da República, mas confesso que ainda não tinha parado para  me debruçar e  refletir  sobre esse assunto. Em princípio, não  consigo  enxergar  nenhum motivo para me posicionar contra  esse legítimo direito  de Eduardo Campos,  ou qualquer outra pessoa,  de  concorrer ao cargo de Presidente da República. Até porque  se trata de  um direito que faz parte do nosso  princípio democrático. Mas, devo considerar que os interesses que estão envolvidos com uma candidatura dessa natureza devem ser avaliado com muito cuidado e com muita responsabilidade.  Não podemos ser  ingênuos para  negar que  Pernambuco corre um  risco sim  de sofrer retaliações que poderão causar perdas irreparáveis para a  sua economia, caso o governador decida romper com a base aliada.  Ninguém  pense  que o PT vai  facilitar as coisas para  Eduardo Campos, no sentido de dar a ele subsídios para que ele use  durante a sua campanha.  Claro que, na  nossa política, o jogo sujo nunca foi descartado. Podem se preparar para uma dura batalha.
                Nos últimos anos tenho ouvido  muitos comentários  positivos a respeito do desempenho do atual governador de Pernambuco. Só para se ter uma ideia, ele conseguiu ser reeleito com a aprovação de mais de  80% ( oitenta por cento) dos votos  do eleitorado. E foi uma eleição disputada contra, nada mais nada menos, que o ex-governador Jarbas Vasconcelos, uma das lideranças mais respeitadas no estado.    Sempre ouço jornalistas tecendo elogios,  dizendo que Eduardo Campos  O atual  governador tem sido um bom administrador, que ele  conseguiu equilibrar  as finanças do Estado e tem alcançado  altos índices de crescimento econômico.  Muitas vezes, índices que são  até  superiores  à média nacional.  Por outro lado,  o  partido do qual ele é  líder, cresceu muito  nas últimas eleições.  Se não me engano, parece que foi  o partido que mais cresceu nos últimos tempos em tempos de conquistas  cargos majoritários.  Tanto que esse fato tem causado bastante preocupação  entre aqueles que defendem a reeleição  da Presidenta Dilma Roussef, o que representa, portanto, mais quatro anos do Partido dos Trabalhadores (PT) no exercício do poder nacional.
               Entendo a grande preocupação do meu amigo.  Olhei em seus olhos e pude ver uma preocupação comum a muitos pernambucanos, diante da possibilidade de haver um  racha com o governo federal do  PT nesse momento. Pois isso  poderia  causar ao estado de  Pernambuco algumas dificuldades com relação à liberação de verbas, por exemplo. É evidente que  o motivo de  sua insegurança  é bastante compreensível.
               Então, fica  no ar  os seguintes  questionamentos:   Será que não seria prejudicial para o nosso estado bater de frente   com o poder do ex-presidente Lula, neste momento?  Será que o  governo federal não poderia causar prejuízos à nossa economia,  paralisando obras através da não liberação dos recursos necessários ao seu andamento?  Será que  isso não poderia  ser feito, mesmo ao arrepio da lei,  apenas com objetivo de prejudicar o bom  desempenho da economia do nosso estado o que iria beneficiar  a imagem  do Governador Eduardo Campos?   E foi aí que  passei a refletir um  pouco mais  sobre o assunto  e  me passei a me indagar sobre   as seguintes indagações:  mesmo sabendo de todos esses riscos,  será que o nosso governador não tem nenhuma capacidade  para administrar esse estado, independente de quem  quer que esteja ocupando a cadeira de Presidente da  República? Será que  nesse país, uma pessoa   só governar  se for aliado do governo? Será que Eduardo Campos só conseguiu  chegar onde chegou,  e construir  a imagem que tem por causa do apoio do  ex-presidente Lula?  Será mesmo que sem esse apoio  Eduardo Campos  teria fracassado e  certamente  não  conseguiria  ser eleito governador  e,  muito menos  ainda, ser reeleito?  Será que temos que nos  curvar e nos tornar reféns dos  petistas pelo resto da vida, apenas  para  garantir benefícios que favoreça o bom desempenho da economia do  nosso estado?
                 A história nos prova que isso não é bem assim. Temos  exemplos  em que   governos estaduais que, mesmo fazendo parte da oposição,  conseguem crescer e realizar boas administrações.  Por outro lado, temos exemplos de governos aliados que  terminam seus mandatos deixando o estado em completa situação de penúria.   É importante  lembrar  que o Governador Eduardo Campos conseguiu eleger o atual prefeito do Recife, Geraldo Júlio,  um ilustre desconhecido, enfrentando exatamente  o candidato petista, Humberto Costa, que teve, inclusive, o apoio do ex-presidente Lula.   É importante que se diga, também,  que não se conhece qualquer envolvimento do governador  Eduardo Campos com o famigerado  caso do mensalão ou com  qualquer outra espécie de falcatrua, ou “maracutaia”,  como  Lula  costumava  denominar  quando ainda era  um simples sindicalista.   Não há demissões de seus secretários  acusados  de envolvimento  com  corrupção, como aconteceu no governo de Dilma, em que vários ministros foram demitidos sumariamente acusados de improbidade.  Aliás, vale lembrar que foram ministros  que permaneciam nos  cargos desde o governo do ex-presidente Lula.
                Portanto, considero o atual governador, Eduardo Campos, uma boa alternativa sim,  para ocupar o cargo de Presidente da  nossa República. Pois  ele possui todas as qualidades necessários para tanto. Trata-se de um vencedor, nordestino,  um cidadão honesto, com bastante experiência  administrativa, e que só precisa  trabalhar um pouco mais  a sua imagem  nível nacional.  Precisa  ser mais articulador e dialogar mais com outros   partidos,   para conquistar o apoio necessário de outras lideranças.  Assim, não tenho a menor dúvida de que  Eduardo Campos será  um adversário à altura de concorrer  e tem amplas possibilidades de ganhar  as eleições para Presidente da República. Só espero que ele não nos decepcione com outros mensalões.

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