Matemática: o X da questão


                 Quanta gente afirma equivocadamente que detesta a matemática! Quantas  pessoas demonstram ojeriza por essa disciplina porque exige um raciocínio um pouco  mais complexo! Afinal, são tantos cálculos, equações, teoremas, etc. Talvez  a  postura  tradicional de alguns professores em sala de aula  tenha  contribuído,  em grande parte,   para que se alimente  essa  desafinação  com uma ciência tão bela e tão importante em nossas vidas como a matemática,  tornando-a tão injustiçada, principalmente, no âmbito das escolas públicas.  Onde um grupo seleto de estudantes, capazes de compreender e solucionar  questões  de raciocínio elementar, chegam a ser  considerados verdadeiros gênios, como se a matéria  pertencesse apenas ao universo das cabeças  privilegiadas, dotadas de uma inteligência superior.  
                Sei que alguns  se recusam a gastar seu precioso tempo  tentando resolver problemas numéricos por considerá-los inúteis em suas vidas. Mas,  precisamos mudar essa filosofia se quisermos conhecer a nós mesmos, como bem disse Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”. Se quisermos compreender  a sutileza das coisas  que nos envolvem, e participar mais ativamente da construção de um mundo melhor para todos, por incrível que pareça, precisamos começar a lançar um novo olhar sobre essa ciência tão extraordinária. Até porque toda política orçamentária do Estado, que direta ou indiretamente influencia as nossas vidas, depende do conhecimento específico e da aplicação das regras matemáticas.
                      A matemática é uma ciência exata e a considero a mãe de todas as ciências. Ela está na base de todo o conhecimento humano. Todo o nosso desenvolvimento, até os dias atuais, passou e passa, necessariamente,  pelo conhecimento  teórico e prático  dos mecanismos sistematizados e pela aplicabilidade  das regras dos sistemas  fundamentais da matemática. Do ponto de vista do conhecimento, nenhuma forma de aprendizado seria possível sem uma base  fundamental de cunho estritamente matemático. Em nossa dimensão materialista tudo funciona e se fundamenta nessa ciência dotada de exatidão.  Até o nosso  conceito  dimensional  sobre a realidade em que vivemos  é concebido através de proposições filosoficamente matemáticas. A noção de distância, as unidades de medida, contadas pelos passos de uma caminhada. A conquista do equilíbrio de uma criança. A compreensão racional que desenvolvemos sobre os elementos que compõem a natureza. As noções sobre o espaço, o tempo e a velocidade. Tudo isso não seria possível sem a harmonização das  teorias matemáticas.  Assim como os átomos se unem, não ao acaso,  para  constituírem  as moléculas em função das substâncias básicas, na construção das diversas matérias naturais e artificiais,  transformando-se em matéria visivelmente  palpável; assim como as células ao mesmo tempo se renovam e se multiplicam  em função dos órgãos do corpo de cada ser vivente, embaladas pela ideia original de conjunto estruturado e dotado de consciência cósmica, tudo é resultado de fórmulas miraculosas, de  adições, divisões, multiplicações e subtrações  constantes, em escalas astronômicas ou invisíveis aos nossos olhos.     




                  A vida como a concebemos  não teria  sentido nem lógica sem a aplicabilidade dos conceitos e os fundamentos da matemática. Nem a  própria lógica teria lógica.  Matematicamente,  podemos até imaginar o quanto é imenso o nosso  universo. Podemos  ultrapassar os limites da razão e imaginar o que possa existir do lado de fora da complexidade deste infinito repleto de astros luminosos e iluminados. Contudo, seja lá como for, a nossa imaginação estará inevitavelmente limitada  aos conceitos originalmente  formatados  em nossa mente sobre a ideia de  tempo e espaço, impregnadas no nosso DNA. Assim, qualquer conceito que concebermos sobre tudo o que imaginarmos e sobre  qualquer estrutura de que façamos  parte, ou que se encontre no campo do desconhecido, sofrerá sempre a influência, sem dúvida, do condicionamento das grandezas matemáticas  no qual estamos  envolvidos.
                      Todas as nossas sensações, como a visão, o  olfato, a  audição e o  paladar, bem como a beleza das cores,  o cheiro das flores, as  canções  que embalam todos os   nossos sonhos infantis, e que  nos emocionam  tantas e tantas  vezes em diversas épocas. Tudo isso nos  traz prazeres  indescritíveis de cunho absolutamente matemático. É a partir de uma sublime interação entre o mundo interior e o exterior, adrede estabelecido pelo poder do Criador, que somos contemplados pelo milagre de nossas consciências emotivas e sensoriais.
                   Os números e as formas geométricas pertencem à ciência matemática. Assim como o finito e o infinito. O antes, o depois e o agora.  Nós somos uma concepção matematicamente estruturada em formas e cores variadas. Em tudo o que fazemos ou naquilo que pensamos existe uma origem  real ou virtualmente matemática. Parece incrível, mas até na dor que sentimos encontramos traços da matemática.  Na febre que se reverte em graus que nos causam preocupações.  No olhar, no toque,  nas paixões, no desejo, etc. Quem não se recorda do primeiro encontro, do primeiro beijo...da primeira vez?  Fixamos  através do tempo as coisas que nos são importantes por conta da noção de cronologia formatada em nossas mentes. Cronologia que é pura sequência matemática.
              São a partir do conhecimento e das execuções das leis matemáticas, previamente  concebidas pelo Criador, que fomos capazes de desenvolver os conceitos sobre frequência e velocidade, como o compasso vital das batidas do nosso coração. Sobre a música, sobre os tons e semitons. Sobre a beleza, sobre a voz, sobre o canto e todas as formas de expressão humana.  Sobre o conceito das figuras  geométricas como  tamanho, largura, altura e cumprimento. O círculo, o quadrado, o triângulo,  entre outras  formas que estão presentes  em nossa  existência desde épocas remotas,  e que fazem  parte da  história das  civilizações orientais e ocidentais. Enfim, podemos afirmar que a nossa própria vida, tal como a concebemos, depende profundamente de uma enigmática combinação  matemática. Da quantidade de enzimas e hormônios que reagem entre si,  para nos fornecer a energia vital, a partir de uma equação que precisamos  manter sempre equilibrada.
                   Nascemos matematicamente limitados. Somos todos  resultados de fórmulas e fenômenos idealizados pelo nosso Criador. Aliás, esse Deus que tentamos equivocada e racionalmente definir, alheios aos nossos limites humanos. Erramos ao tentar  estabelecer um conceito real de Deus, pois sempre O conceberemos  fundados nas teorias básicas que sempre influenciam o nosso  raciocínio e nos conduz a conclusões relativas. Porque sempre  sucumbiremos  diante  das nossas limitadas possibilidades, pois somente conseguimos conceituar Deus através dos princípios disponíveis em nossa realidade física e materialista.  São dados completamente insuficientes para definir o Altíssimo em toda a sua plenitude, e em  todo o seu esplendor e beleza.  Contudo, diante da necessidade de enfrentar os desafios, precisamos do conhecimento  matemático em todas as suas formas de expressão, sem os quais a humanidade não conseguiria  sobreviver sem as invenções e sem essa constante busca de superação dos  próprios limites.  
                       Portanto, se quisermos compreender melhor o sentido da vida e da  justiça, precisamos  dar um pouco  mais de atenção ao culto da matemática. É preciso perceber que essa ciência universal faz parte da estrutura da nossa natureza, desde a gênese do universo. Toda criança deveria, pelo menos, conhecer os conceitos e os fundamentos da matemática,  já em sua tenra idade, a partir dos elementos  encontrados na natureza e nas coisas práticas do seu cotidiano, pois em tudo encontraremos exemplos da nobreza dessa ciência.
                    Sei que, em certos momentos, é difícil convencer alguém de que todos somos capazes de descobrir e sentir algum prazer  penetrando no universo da matemática. Mas,  a matemática é como uma semente que brota, cresce e toma dimensões gigantescas, de maneira que nenhum gênio conseguirá dominá-la em toda a sua plenitude.  Mas, todos somos capazes de nos aventurar nesse universo tão cheio de possibilidades.
                É preciso compreender a fórmula do amor para poder  calcular  o tamanho desse sentimento tão importante para todos nós. Amemos, então, a matemática como uma sublime engenharia da criação do Altíssimo, e como essência  e razão fundamental  de toda  nossa  existência. Eis o X da questão.  Deus Seja Louvado.


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