A depressão até o ano de 2030
Depressão será a doença mais comum do mundo em 2030, diz OMS.
02/09/2009 – 13h58
Dados divulgados nesta
quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que, nos próximos
20 anos, a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais
pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças
cardíacas.
Segundo a OMS, a depressão será também a doença que mais gerará custos econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos com tratamento para a população e às perdas de produção.
De acordo com o órgão, os países
pobres são os que mais devem sofrer com o problema, já que são registrados mais
casos de depressão nestes lugares do que em países desenvolvidos.
Atualmente, mais de 450 milhões de
pessoas são afetadas diretamente por transtornos mentais, a maioria delas nos
países em desenvolvimento, segundo a OMS. As informações foram divulgadas
durante a primeira Cúpula Global de Saúde Mental, realizada em Atenas, na
Grécia.
“Os números da OMS mostram claramente que o peso da depressão (em termos de perdas para as pessoas afetadas) vai provavelmente aumentar, de modo que, em 2030, ela será sozinha a maior causa de perdas (para a população) entre todos os problemas de saúde”, afirmou à BBC o médico Shekhar Saxena, do Departamento de Saúde Mental da OMS.
Ainda segundo Saxena, a depressão é mais comum do que outras doenças que são mais temidas pela população, como a Aids ou o câncer.
“Nós poderíamos chamar isso de uma
epidemia silenciosa, porque a depressão está sendo cada vez mais diagnosticada,
está em toda parte e deve aumentar em termos de proporção, enquanto a
(ocorrência) de outras doenças está diminuindo.”
Pobres
Segundo o médico, os custos da depressão serão sentidos de maneira mais aguda nos países em desenvolvimento, já que eles registram mais casos da doença e têm menos recursos para tratar de transtornos mentais.
“Nós temos dados
que apontam que os países mais pobres têm (mais casos de) depressão do que os
países ricos. Além disso, até mesmo as pessoas pobres que vivem em países ricos
têm maior incidência de depressão do que as pessoas ricas destes mesmos
países”, afirma Saxena.
“A depressão tem
diversas causas, algumas delas biológicas, mas parte dessas causas vem de
pressões ambientais e, obviamente, as pessoas pobres sofrem mais estresse em
seu dia-a-dia do que as pessoas ricas, e não é surpreendente que elas tenham
mais depressão.”
Segundo o médico, o aumento nos
casos de depressão e os custos econômicos e sociais da doença tornam mais
urgentes uma mudança de atitude em relação ao problema.
“A depressão é uma doença como qualquer outra doença física, e as pessoas têm o direito de ser aconselhadas e receber o mesmo cuidado médico que é dado no caso de qualquer outra doença.”
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