O Monopólio dos Cartórios de Imóveis
É incrível, mas as coisas no Brasil parece que são feitas para não funcionar. Apesar de toda a racionalidade humana, há coisa que por mais que a gente tente, por maias que a gente dedique cota da nossa capacidade mental não consegue entender. é público e notório que no Brasil existem diversos problemas na Administração Pública. em todas as esfera de poder encontramos problemas de toda ordem. Mas, apesar dessa lamentável constatação, o Estado parece não demonstrar muito interesse em buscar soluções práticas e eficientes para os problemas.
Algumas pesquisas revelam que em torno de 81% dos brasileiros demonstram algum tipo de insatisfação com a qualidade dos serviços públicos prestados pelo Estado. Mas, o descaso é grande, Aqueles que deveriam em princípio cuidar do interesse público, tomando alguma providência diante queixas apresentadas pela população normalmente se omitem. Parece que há um desestímulo crônico instalado na Administração de tal sorte que não adianta reclamar, reclamar, denunciar, denunciar porque no final quem julga são eles mesmos. Há várias reportagens jornalísticas denunciando descasos com educação, com saúde. Na área de segurança nem precisa falar nada. Se não houver algum interesse político para ganhar votos, os caras aparecem sempre com a maior cara de pau pra dizer que tudo está sendo encaminhado, que já estão tomadas as devidas providências, mas pouca coisa ou nada acontece. Pode até ser, por um certo tempo, mas depois tudo volta continua do mesmo jeito.
A verdade é que se de um lado temos uma das maiores cargas tributárias do mundo, a contra partida não vem a contento. Sofremos com os péssimos serviços prestados pelo Estado. São serviços de toda a natureza e de toda espécie. Serviços relacionados à Saúde, à educação, segurança, e, por incrível que pareça, até os serviços delegados, prestados pelos Cartórios de imóveis entram nessa lista. Só gostaria de aproveitar para lembrar que quando pagamos algo queremos receber em troca uma boa qualidade pelo que estamos pagando. Não queremos favores, porque não estamos pedindo favores, estamos pagando por produtos que devem ser prestados pelo estado. Isso é o direito nosso.
Em Olinda, por exemplo, onde além da baixa qualidade dos serviços públicos já referidos, a população ainda tem que se conformar com a existência de apenas um Cartório de Registro Geral de Imóveis na cidade. Não é novidade pra ninguém que a população da cidade aumentou, aumento a demanda e aumentaram os negócios imobiliários, Mas, há séculos que uma coisa permanece a mesma: a permanência de um único Cartório competente para lavrar os Registro e as escrituras dos imóveis negociados naquela cidade.
Faz muitos anos que o Cartório de Registro Geral de Imóveis Carlos Marinho reina absoluto. Não sei se os delegatários possuem algum grau de parentesco com a família Marinho da Rede Globo de Televisão, mas o fato é que eles devem ter muita força política, porque enquanto o mundo caminha na direção de uma sociedade cada vez mais de mercado competitivo, o mercado dos cartórios de registros de Imóveis caminham na contramão e continuam exercendo suas atividades em regime de monopólio. De maneira que quando precisamos dos seus serviços temos que ter muita paciência sobrando, e bota paciência nisso, para esperar dias e até meses pela conclusão do seu direito. Os que quiserem vender ou comprar imóveis em Olinda saibam que além de terem que pagar altos valores com impostos, além de taxas e emolumentos, ainda tem que ficar a mercê da boa vontade dos funcionários dos Cartórios de Registro de imóveis. Pior que não há como optar por outro porque simplesmente não existe outro. Não existe concorrência.
Eu acredito que os serviços públicos prestados sob o regime da concessão e delegação não podem ser monopolizados. Se for pra continuar com o monopólio, então que o Estado tome para si a responsabilidade de cobrar a prestação dos serviços, de maneira que seja mais ágil e em menos tempo. Ou, então, que ele mesmo, o estado, preste os serviços de Registro Geral de Imoveis através de empresas públicas criadas com essa finalidade. Caso isso não esteja nos planos do Estado, então que se crie, pelo menos, mais um Cartório Geral para Registro Imóveis, tendo em vista a melhoria na prestação desses serviços fundado no princípio da livre concorrência e da primazia do interesse público. Porque o que o consumidor precisa é de agilidade e rapidez na prestação dos serviços. Se o cartório alega que a demanda é grande demais e que não tem material humano suficiente, então que contrate mais gente. O que não pode é continuar do jeito que está.
Por isso, gostaria de deixar aqui um aviso a você, meu amigo, que pretende vender, comprar ou trocar um imóvel: prepare- se psicologicamente para uma verdadeira via crucis, de longa espera e aborrecimento, raríssimas exceções, que você vai ter que passar diante dos serviços prestados pelos cartórios de imóveis, principalmente nas cidades onde existam apenas um reinando absoluto, como é o caso aqui de Olinda.
Comentários