E quanto ao Islamismo?
Quando a gente assiste às reportagens falando sobre o islamismo, a impressão que fica é que essa religião se confunde mesmo é com a violência, com o terrorismo, com o machismo exacerbado e com as diversas práticas contra os direitos humanos. Ultimamente, por exemplo, temos assistido a atos de crueldade contra pessoas inocentes. As vítimas sendo decaptadas de maneira covarde diante das câmeras. Eu sei que costumamos acreditar nas coisas que vemos, talvez porque fomos educados dessa maneira. Mas, diferente do que se propaga, o islamismo, pelo menos em sua essência, não é nada disso.
O Islamismo surgiu no mundo árabe, no século seis da era cristã. A fundação dessa religião é reconhecida a Maomé, um homem simples, um comerciante analfabeto que evoluiu. Ele muitas vezes guiava pessoas pelos desertos da região para sobreviver. Um homem muito religioso, que recebeu seus primeiros ensinamentos através de um monge cristão. Foi assim que Maomé passou a defender a crença na existência de um único Deus, o qual é chamado de Alá, que nada mais é do que o mesmo Deus encontrado na Bíblia. Maomé pregava a submissão a Alá, o único Deus e assim fundou o Isla, que em árabe significa submissão a esse único Deus.
Maomé era um árabe, nascido em 570, de acordo com o calendário cristão, na cidade de Meca. Naquela época, a sociedade era divida em várias tribos e clãs de diversas etnias, cada uma com as suas crenças, onde os árabes adoravam varíos deuses e imperava a famosa cultura do dente por dente, olho por olho. Maomé começou a pregar a paz e a crença em um único Deus, sob a influência dos ensinamentos de Jesus e da Bíblia. Contudo, por conta de suas pregações, ele logo entrou em conflito com os interesses dos líderes locais e foi ameaçado. Correndo perigo de vida, Maomé decidiu abandonar a cidade de Meca para não ser morto.
Mas, ele continuou as suas pregações e conseguiu reunir diversas tribos e um exército super poderoso. Dessa forma, ele conseguiui retornar para Meca. Maomé se tornou um grande líder entre os muçulmanos. Segundo alguns historiadores, "Ele estabeleceu reformas no interior das famílias e tribos, dando às mulheres, crianças e jovens direitos sociais. Os pobres foram beneficiados com a instituição do zakat, uma taxa recolhida dos mais ricos e distribuída entre os mais eles." ( W. Montgomery Watt ).
"Maomé não foi apenas o fundador de uma religião. Foi um revolucionário, que mudou radicalmente as condições de vida de seu povo, trazendo unidade política, melhorias econômicas e justiça social", afirma William Graham. "Ele tinha grande habilidade política e transformou completamente as condições de vida de seu povo, resgatando-o da violência estéril e da desintegração, dando-lhe nova e orgulhosa identidade", afirma Karen Armstrong no livro Maomé – Uma Biografia do Profeta (Companhia das Letras).
Depois da morte de Maomé, nem todas as suas pregações continuaram sendo seguidas. Como também acontece em outras religiões, as dicidências por divergências de interpretações dos livros sagrados foram inevitáveis. Assim é que se impõe como dicidência um movimento chamado de wahabismo, uma violenta corrente dissidente do islã, que teve origem na Arábia do século dezoito, a qual muitos confundem com o islamismo criado por Maomé.
No século vinte, Ibn Saud, príncipe da Arábia, adotou o wahabismo como credo oficial. Osama Bin Laden é saudita e wahabi, assim como os terroristas suicidas de 11 de setembro. Eles professam a mesma crença do líder checheno Smail Basayev e dos guerrilheiros talibãs. Além dos tradicionais alvos de suas sandices, esses senhores fazem outra vítima mundial: a cultura árabe, que sofre o preconceito, principalmente do mundo ocidental, que sempre se levam pelo o que assistem na televisão e que os líders religiosos mal informados lhe dizem.
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