Sobre Espiritualidade e Materialismo

                  “Paulo disse a seguinte frase : “se eu orar... então o meu espírito ora”. O apostolo mostra de forma clara que o “eu” e o “espírito” são a mesma coisa, porque ele  se via como um ser espiritual”. E você, se considera um ser espiritual?

                    Ao longo dos tempos,  alimentamos  erroneamente  a imagem da existência de  dois únicos mundos: o material,  onde vivemos a nossa realidade aqui neste planeta,  e o outro imaterial ou etéreo, onde se encontram os espíritos superiores.  Contudo, creio  que  estão todos enganados, pois não há limites para o Senhor.  Na verdade, existem  diversos  mundos superiores e  vários e vários  mundos inferiores, e, no nosso caso,  não há dúvidas de que vivemos  numa esfera  incipiente de plano inferior, o plano da salvação individual.
                     Um  fato  curioso na  humanidade  é  que  se fôssemos mesmo perguntar,  a grande maioria  responderia  que  sim, que é  espiritualista,  que  acredita em  Deus, em  vida após a morte,  essas coisas.  Mas, é certo que  essas mesmas pessoas  gostariam de permanecer nesta vida,  de preferência,  ricos, jovens e bonitos. Porque para nosso mundo, esses são valores que representam poder e  felicidade.
                 Sei que são muitos aqueles  que adormecem ao cântico dos  poetas e filósofos consoladores, principalmente,  quando  passam por dificuldades ou  angustias. Talvez, por isso mesmo, prefiram ouvir e ler mensagens que falem de  amor e que alimentem  ilusões na  alma.  Porém, o meu dever  aqui é gritar, na esperança de acordar os que se dizem espíritas, mas  permanecem adormecidos, embalados pelo romantismo, apaixonados por um mundo  irreal.
                     Porque,  em verdade,   a nossa  sociedade não se estrutura    em função da convivência espiritual,  mas  na satisfação dos desejos e interesses materiais de cada um. Mesmo  aqueles que se consideram espiritualizados  alimentam  a tese de que é preciso  aprender a suportar os dissabores das injustiças praticadas,  numa sociedade desigual e desumana como a nossa. Porque são pessoas que, no fundo, valorizam mais o ter do que o ser.
                     Quantas  pessoas conhecemos nesse mundo, que se dizem espiritualistas e vivem  em função do materialismo?  Quantas e quantas vezes não enviam  mensagens cheias  de conteúdos  e ensinamentos  que,  por vezes  nos  emocionam,  porque falam  de amor e de uma vida voltada para um mundo espiritualizado, falando de um  mundo de  justiça e de igualdade,  quando,  no fundo, elas mesmas  são verdadeiros  exemplos de egoísmo e  apego às coisas materiais?   
              Sinceramente, não consigo entender  porque  muitos  se dizem espiritualistas, que acreditam em espíritos superiores e em vida após a morte, mas vivem em função das aparências e da condição sócio- econômica  dos outros.  Muitos  daqueles que abrem a boca  para dizer que acreditam em espíritos vivem exatamente em função das coisas materiais, tratam os outros pelo que possuem, numa  terra onde cada um vale exatamente  o tem.  Talvez seja por essa razão que muitos roubam, furtam, exploram  os outros  para possuir  cada vez mais os bens materiais.  Contudo, se as pessoas  acreditassem mesmo na espiritualidade,  olhariam  para  os outros  como espíritos, frutos  da criação divinal,  e não valorizavam tanto a materialidade.
                  Esse é ponto nevrálgico da questão, meus caros. Porque  queremos tudo ao mesmo tempo. Queremos  pertencer aos planos superiores e exercer o comando nos planos inferiores. Queremos estar na parte de cima porque acreditamos que  lá teremos um melhor tratamento. No nosso  mundo inferior,  aqueles que mais possuem  bens e acumulam  riquezas têm maiores privilégios.  Porque no nosso plano,  bens  e riqueza representam poder. E como os seres humanos gostam do exercício do  poder, não é mesmo?
                  Então, vamos imaginar  uma enorme montanha  formada por muitos  cascalhos e  algumas pedras preciosas  de valor universal. Imagine que uma grande equipe de especialistas  seja   enviada dos mundos superiores para separar  o que  de fato for precioso, porque tudo  se encontra   indevidamente misturado.  As  pedras com valor universal  deverão ser  recolhidas e separadas, cuidadosamente. As outras deverão ser abandonadas porque são imprestáveis para lapidação. Nesse caso,  não há como enganar os especialistas com falsificações, por mais bem feitas que elas possam parecer,  eles conhecem bem  e sabem distinguir a diferença entre o que é falso e o que é verdadeiro. 
                Mas, há um portal  de salvação e de esperança, o qual possibilita a passagem  de um mundo de ignorância para o mundo  da sabedoria ( como é o caso da materialidade e da espiritualidade). Esse portal se chama Jesus e é capaz de transformar cascalho em pedra preciosa. Sugiro, então,  que  você leia  as suas mensagens no Novo Testamento, pratique as coisas que Ele pregou e demonstre  que, no fundo, você  é uma pedra preciosa e não um cascalho nesse mundo. E que o Senhor seja sempre  louvado.





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