Jesus Morreu por Mim?

               Outro dia, passando próximo à  Praça da Independência,  a famosa Pracinha do Diário,  tive a oportunidade de ouvir um grupo de  “evangélicos” pregando.  Falando através de um instrumento de som improvisado e muito precário,  o locutor  repetia as seguintes frases:   “ Jesus  morreu para pagar os nossos pecados”, “ Jesus entregou a sua vida por  mim e por você, para que sejamos todos salvos”. Tenho certeza de que você também já ouviu  essas frases antes.  
            Lembro  que,  quando criança,  eu costumava ouvir  essas pregações  e  não  entendia  a razão pela qual  aquelas pessoas repetiam  tantas e tantas vezes  que Jesus morreu para pagar os meus  pecados.   Mas, o tempo  e as experiências da vida vão nos revelando a verdade e hoje  penso que  se vinculou a salvação não à morte de Jesus, mas ao fato de alguém  pertencer ou não  a uma determinada religião. Não vejo nada demais  religiosos lutarem por  novos prosélitos, afinal, não há  crime algum em se querer  convencer  as pessoas  a seguirem  determinada religião, desde que isso  seja feito com  a verdade.  
            Às vezes, fico me perguntando o seguinte: será que  aquelas pessoas que vivem pregando por aí, dizendo-se conhecedores da  “Palavra” sabem  mesmo  qual o seu verdadeiro  sentido e significado? Será que sabem  o motivo  que levou  Jesus a derramar o seu sangue e a  dar  a sua  própria vida para nos salvar?  Será que você que está lendo esse texto nesse momento pode responder com  convicção porque se diz tanto que Jesus morreu  por nós?  Seja qual for a sua resposta, ela  passa, inevitavelmente, pela transferência de culpa, uma tradição  que fazia parte da fé  de muitos povos no passado,  inclusive,  da  história do  próprio povo judeu, os considerados conhecedores da  “Palavra”. 
            Antes da vinda de Jesus,  era  comum a prática dos sacrifícios de animais  nas cerimônias religiosas de diversos  povos antigos.  A Bíblia em  Levítico 4:35;5:10,  por exemplo, diz que Deus exigia sacrifícios de animais para que a humanidade pudesse receber o perdão dos seus pecados.  Era essa  a crença que se pregava e que se praticava naqueles tempos pelos judeus, com fundamento  exatamente  no Antigo Testamento.  De acordo com o Livro Sagrado  dos Gêneses, que faz parte  do pentateuco  judaico, o pecado original  causou o afastamento do homem  com o seu  Criador. E desde então, o homem  se encontrava em  débito com Deus.
                Pois bem.  Como o pecado do homem  fora cometido  contra Deus, somente o sacrifício de um  ser de tamanha magnitude  poderia  quitar o débito  tão grande  com o Criador.  Então, Deus  em sua grande misericórdia, fez-se   carne  através de  Jesus e  ele mesmo foi  sacrificado, conforme as crenças e tradições do povo judeu.   O  Cordeiro do sacrifício  finalmente pagaria a dívida e libertaria o homem das tribulações  impostas pela Antiga lei.  A partir da morte de Jesus e do seu sangue derramado,  o homem  estaria livre para sempre da sua dívida com Deus e poderia renascer.  Porque  a partir do  sacrifício de Jesus, o homem  teria quitado,  de maneira definitiva,  a sua dívida por  conta dos  seus pecados. De maneira que, os antigos sacrifícios de animais seriam desnecessários.   Nesse sentido, Jesus significa libertação. Uma libertação que nos foi concedida  gratuitamente pelo amor e  pela graça do nosso Criador.
                 Lamentavelmente, ainda  hoje acompanhamos notícias de que  muitas religiões se apossaram do Senhor e da salvação,  e continuam  cobrando por isso. Hoje a salvação depende do pagamento  de uma certa quantia em dinheiro, que chamam de dízimo.  Mas,  Jesus não veio para  ser vendido, Ele veio para quitar  a nossa dívida e nos libertar gratuitamente.  E se você conseguir compreender o exato sentido da palavra libertação pregada por  Ele no Novo Testamento, saberá que nem sempre são livres aqueles que estão dentro das igrejas. Pois, há muitas  teias invisíveis que nos confundem  para nos prender  e  nos submeter. São teias   bem  difíceis de serem rompidas, mas se você compreender o sentido verdadeiro da vinda e morte de Jesus, saberá do que eu estou falando.
               Então, é preciso focar  nos ensinamentos de Jesus e não nas interpretações oportunistas de alguns  canalhas,  que se utilizam da boa fé do povo  para submetê-lo. Pois, Jesus quer  todos livres e  com bastante amor no coração para  inundar os canteiros e encher  esse mundo de bondade e de alegria.  

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