A dor da perda
Sei que é muito difícil suportar a dor da perda de alguém a quem
amamos tanto,que amamos além de nós mesmos, de uma forma incondicional e sem
limites. Sei que é difícil demais ter que aceitar a sensação de perda, vendo-se
consumindo pela impotência, sem poder fazer nada
para transformar uma realidade difícil
de acreditar e, de alguma maneira, interferir no destino que nos trouxe
uma dor incomensurável. Resta-nos, apenas, lançar aos céus um
questionamento inevitável: por que meu Deus? Por quê? Contudo, se há alguma resposta vinda
dos céus, certamente não a ouviremos naquele momento tão doloroso. Ou, se essa
resposta já nos foi dada, talvez não a tenhamos percebido ou não tenhamos
prestado a devida atenção. Muitas vezes, em momentos como esses, de perdas
inestímáveis, somos tentados a nos conformar com a situação, achando que tudo foi apenas obra da vontade de Deus. Mas, se Deus
é amor, como poderia nos causar tanto sofrimento? Por que levar alguém que tanto
amamos e queremos que permaneça do nosso lado para sempre ?
Enquanto seres humanos,
devemos saber que somos todos vulneráveis. Nos comportamos como se fôssemos
inatingíveis, inquebráveis, mas, devemos reconhecer que somos frágeis
criaturas. Somos como cristais em meio a tantas turbulências. Precisamos de
proteção e de muitos cuidados. Em nosso reino físico, estabelecemos um padrão
de sobrevivência e queremos que todos sejam beneficiados. Hoje, segundo os cientistas, uma pessoa tem uma média de vida
que dura em torno de setenta e setenta e dois anos de idade. Assim, baseados
nessa informação, esperamos que os nossos entes queridos também tenham o
direito de viver esse tempo, como todo mundo. Mas, vivemos numa realidade
regida pelas leis da causa e do efeito. Da ação e da reação. Onde precisamos
ficar atentos a cada passo que damos na direção de algum lugar. Somos dotados
do livre arbítrio, porém, cada atitude, cada gesto que praticamos, poderão nos
trazer uma consequência não desejada. Pois,
ainda somos todos mortais. Apenas os nossos
espíritos poderão ser imortais, mas esses pertencem a outro reino. Contudo, jamais devemos considerar uma perda como um
castigo divino, como muita gente incipiente
acredita por aí. Deus, em sua grande magnitude e sabedoria, não castiga ninguém.
Não. Definitivamente, Deus não é um ser vingativo que nos castiga. Nós é que devemos
ter cuidado com as coisas que praticamos, simplesmete porque nossos atos sempre nos trarão consequências boas ou ruins. As ações
que praticamos podem causar efeitos
positivos ou negativos. Podemos perceber como as águas criam ondas quando
jogamos uma pedra sobre um lago. Quanto maior for a pedra, maior serão suas
ondas. Se quisermos que o lago permaneça calmo, não devemos jogar qualquer
objeto sobre ele. Nós temos o comando e
a liberdade de agir de uma forma ou de
outra.
Hoje tudo ainda é um mistério,
mas um dia a verdade será revelada e saberemos que tudo isso faz parte de um todo.
Assim como não permancemos dentro da barriga de nossas mães além do tempo necessário quando viemos a
esse mundo, também os nossos espíritos não ficarão aprisionados para sempre em nossos corpos, pois o seu destino é a
eternidade. Eles estarão fortalecidos pelas energias do carinho e do amor que doaram
e receberam nessa vida. Naqueles que ainda
permanecem nesse plano, deve ficar apenas a saudade e as lembranças dos
momentos vividos. Temos a certeza de que a vida continua e que nos
encontraremos para sorrir da nossa própria dor, pois que no plano espiritual
tudo será felicidade e paz. Até breve, pequena Dhara, e que Deus a abençoe.
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