Luz e Escuridão
Na busca de encontrar uma solução para os
seus conflitos, o homem sempre procurou
uma fundamentação, uma explicação lógica para a sua existência. Talvez, esse
seja mesmo o nosso primeiro e maior entre
todos os conflitos. A razão da nossa existência tornou-se o alicerce do qual
depende a construção dos princípios que norteiam a convivência em sociedade, tornando-se,
por isso mesmo, um dos conflitos mais contundentes.
Terá
sido o homem uma obra do acaso ou da criação de Deus? A partir dele, decidiremos
se optamos em acreditar que somos criaturas de Deus ou que somos todos frutos do acaso. Devemos decidir o que somos verdadeiramente, o que queremos e
qual dos caminhos seguiremos. Cabe a
cada um de nós, então, resolver esse
conflito primordial: Deus existe ou
não? Somos mesmo obras de sua criação? Por que e para que Deus nos criaria, então? É possível existir o universo sem que haja uma fonte motriz? Nesse caso, como surgiria essa fonte
motriz? Afinal, de onde viemos e para
onde vamos?
A
Bíblia, o livro sagrado dos Cristãos, tornou-se o livro mais lido do mundo e o maior
exemplo para a nossa realidade. Nela
encontramos muitas respostas a essas e tantas outras perguntas. Lá, sempre encontramos
os esclarecimentos capazes de solucionar os diversos conflitos existenciais humanos,
sejam eles pertencentes ao campo da individualidade ou social. No entanto, há muitos outros livros e outras teorias sobre
esses assuntos, onde podemos encontrar explicações alternativas e algumas respostas variadas para essas e outras
questões que sempre geraram conflitos
para a raça humana. Existe uma
incessante busca para se encontrar ou definir um padrão de comportamento que
seja capaz de proporcionar uma
convivência pacífica ou, pelo menos,
atenuar as possibilidades de novos
conflitos que potencialise a destruíção
da espécie, como as guerras, por exemplo.
Porém
nada é por acaso. Em tempos bem remotos, ainda no início da nossa convivência em sociedade, os seres humanos viviam em bandos errantes,
passando a se estabelecer em locais de maneira mais duradoura com o tempo. O
homem só era reconhecido se fizesse parte de algum bando ou de alguma tribo.
Fora da tribo, o homem não era ninguém e não conseguia sobreviver aos perigos,
ao medo e, principalmente, aos conflitos que o levariam à depressão e à morte.
Olhando os mares de frente, podemos ter uma
pequena noção de como tudo era mais difícil. A escuridão e o frio naquela
época, durante o período da noite, a partir do instante em que o sol desaparecia no oeste. Basta um olhar ao longo
dos oceanos durante à noite, e podemos perceber
o quanto foi difícil o desafio de vencer
o medo. É obvio e evidente que, diante disso, o sol se tornaria o astro mais amado e mais
venerado naquelas circunstâncias, pois ele
significava a possibilidade de uma
melhor visão sobre o que acontecia em volta, ao mesmo tempo em que trazia o
aquecimento para o corpo. A busca por alimentos seria muito mais facilitada com
o nascer do dia, porque o sol iluminava tudo.
De modo que, enquanto a noite trazia a escuridão, o frio, o medo, a angústia e a
reclusão; o sol trazia o calor, libertava, trazia a esperança e a coragem. Assim,
o sol representava a própria vida para o homem.
Mas, a própria natureza se encarregou de mostrar uma maneira eficiente de superar a
escuridão: o fogo surge, então, como uma
bênção de Deus para que o homem pudesse iluminar a terra durante a escuridão da
noite e aquecer os seus corpos no frio.
E fez-se a luz através do fogo. Provavelmente,
pelos raios intinerantes vindos das tempestades tropicais, e pelo imenso calor que
causavam diversas queimadas nos campos secos espalhados pelo planeta. O desafio, então, passou a ser a dominação e o controle sobre o fogo. Como poderia o
homem manter as chamas acesas, que surgiam e apagavam horas depois? Como controlar aquele fogareu todo que se alastrava destruindo a natureza
e a vida? Ve-se que controlar o fogo foi,
também, um dos maiores desafios
enfrentados pelo homem primitivo. Pois,
se por um lado ele trazia benefícios inegáveis, por outro, causava danos
irreparáveis ao homem que não conhecesse seus limites e o desafiasse.
É
provável que o medo da escuridão tenha criado no homem primitivo a sensação de
visões distorcidas da realidade. Afinal, havia muitos animais ferozes e
carnívoros que saiam para caçar, principalmente, durante o período noturno. As alucinações eram formas inconscientes de exteriorização do pânico diante daqueles urros ensurdecedores oriundos dos
predadores. A possibilidade de morrer, a qualquer momento, devorado por feras
famintas era constante e apavorante. Talvez,
por verem a força superior contida nos
animais carnívoros, o homem tenha passado a acreditar que comer carne,
inclusive, humana, os tornaria tão fortes como aquelas criaturas. Assim, o
homem passou a consumir carne imitando os poderosos carnívoros, não somente pela
fome, mas também em busca de força e poder. Tudo pela sua sobrevivência em
um lugar tão hostil.
Provavelmente, a descoberta do fogo tenha trazido uma
maior tranquilidade à vida dos antigos humanos, pois se o fogo lhes causava
medo e danos, também os causaria aos
animais. De maneira que o fogo trouxe alguns benefícios além daqueles que
conhecemos na cozinha. O fogo representou, então, três degraus importantes para
a evolução do homem primitivo: o aquecimento, a iluminação e a proteção
contra as feras noturnas. Mais tarde,
devido ao seu potencial destruidor, passou-se a utilizar o fogo para queimar (assar
) as carnes, porque isso matava os
microorganismos que se proliferavam com o tempo, deixando um cheiro fétido, que atraía feras voadoras. Dessa forma,o fogo ainda contribuiu para a diminuição das mortes causadas por doenças infecciosas.
Contudo, os primeiros grupos que conseguiram
controlar o fogo descobriram que o medo
continuava entre aqueles que ainda não
sabiam como fazê-lo, e resolveram explorar a situação. Sentindo-se mais
poderosos diante da situação, uma pequena minuria passou a exercer um domínio e
um controle sobre os demais grupos. E sentiram prazer nesse tipo de relação egoista
e desonesta de poder. Dessa forma, não foi muito difícil os homens perceberem
que qualquer forma de conhecimento passava a significar mais poder sobre aqueles
quem não o possuia. Assim, o homem fez nascer
o egoismo por causa da falta de solidariedade e de amor ao seu semelhante.
Porém,
o domínio do fogo utrapassou os limites de suas possibilidades. A ideia de
utilizar o poder da luz para iluminar o mundo dos mortos, também, foi um pulo. O homem passou a
acreditar que a luz era uma dádiva e benção do Criador, enquanto que a
escuridão seria uma espécie de mal, pois nela nada se enxergava sem a luz. A treva passou a representar a morte, pois
quando dormimos, nada vemos. Assim, o fogo passou a ser sinônimo e símbolo de luz, de positividade,
de divindade, como o sol, a nossa estrela maior, representada por uma imensa
bola de fogo que surgia no espaço para iluminar o mundo dos vivos e dos entes
queridos mortos. O deus sol. Aquele que vence a escuridão das trevas e espanta
o perigo causado pelas criaturas noctívagas passava a ser
venerado na condição de um deus.
Estão criadas, assim, as primeiras bases para
o desenvolvimento de uma cultura dualista e preconceituosa, polarizada por dois
grandes grupos que viriam a representar a
ideia de divisão entre o bem e o mal: a
luz e a treva. A luz passava a simbolizar o reino dos espíritos superiores, a
claridade e a brancura celestial; a
treva, a morada dos espíritos inferiores
e a negritude infernal. Deu prá perceber
a relação?
Mas, como pode ser, se foi o próprio Deus quem criou todo o universo? Ele criou o céu e a terra, o dia e as madrugadas, também.
Deus criou o sol, a chuva, o vento, as tempestades, a dor que sentimos e a cura
do sofrimento. Tudo vem do Criador. Se acreditarmos nisso, certamente venceremos o mal. Esse mal que temos alimentado todos os dias, por causa dos nossos
medos primitivos, impregnados nos nossos
corações e no nosso inconsciente, desde épocas remotas.
Jesus
veio, então, para retirar a venda colocada nos olhos da humanidade. Ele veio para nos libertar desse medo, dessa opressão alimentada pela mentira criada pelo próprio homem.
Ele disse: “Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá”.
O Senhor não excluiu ninguém, por isso também
não excluo. Não importa a sua cor, a sua raça nem a sua opção sexual. Jesus não
é uma religião como tentam confundir. Creia apenas nisso, liberte-se, e seja feliz
para sempre com Jesus no seu coração, fazendo o bem a todos, indistintamente e indiscriminadamente. Pois Ele é verdadeiramente o Filho Deus,
o caminho, a verdade e a vida. A
ninguém foi dado o direito de
representá-lo nessa terra e muito menos de julgar ou ditar normas em seu santo nome. Então, procure apenas enxergar em cada um dos seus semelhantes a imagem do próprio Deus. Pense no
que você faria se Ele, de repente, fosse
dividido em minúsculas partículas. Você deixaria de amá-lo por isso? Ele deixaria
de ser o Criador do universo por conta disso?
Ainda não podemos ver o Senhor
pessoalmente, mas como você agiria se
convivesse diariamente com Ele? O
Reino de Deus é para aqueles que conseguem enxengar o Senhor em cada um dos seus
semelhantes e ajam em conformidade com essa visão. No final, os seus atos serão julgados e a sua consciência
será o seu próprio juiz. Reflita sobre isso. Louvado seja o nome do Senhor.
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