O que é Igreja?


           Quando buscamos no dicionário  um conceito de igreja, podemos encontrar diversas conotações. Em cada uma delas  há uma relação muito estreita  com o conceito de religião.  Há, inclusive,  um sentido que se confunde  até com o catolicismo.  Contudo, no seu  sentido mais comum,  o conceito de igreja que predomina é aquele  fundado  na reunião  de um povo  em  torno de crenças e rituais primitivos,  praticados desde a antiguidade.  É certo que a estrutura religiosa mudou um pouco, mas muita coisa permanece  a mesma, como por exemplo, um templo, um sacerdote e vários seguidores fanáticos.  


      Mesmo depois de tantos anos,  encontramos nas igrejas modernas vários fundamentos  oriundos dos  conceitos e costumes antigos.  impostos por um chamado líder religioso, teoricamente escolhido por Deus, o qual adquire legitimidade para impor regras de conduta e sacrifícios ao seu povo. Aqueles que se  insurgissem  contra os absurdos e as injustiças recebem algum tipo de castigo ou penitência em nome da fé.  É certo que as fraquezas humanas fizeram  com que uma gente inescrupulosa explorasse os fieis seguidores,  através de  um sistema de controle psíquico e social,  mecanismos de vigilância interna e externa,  daqueles que decidem fazer parte da congregação religiosa.  

                                                                                                Por fim,  devo dizer que  há  conceitos antigos de igreja baseados na mentira e  injustiça, razão pela quais  estão  completamente ultrapassados e que precisam ser revistos.  Portanto,  já está mais do que na hora de se  reconstruir  um novo modelo e um novo  conceito daquilo que pode ser considerado  uma verdadeira  igreja. Uma igreja não voltada para a salvação de um minoria, mas para o bem comum. 
                   Segundo consta, a  história da humanidade começou com  regras religiosas estabelecidas verticalmente impondo normas de conduta social. Era esse o  direitos  eclesiástico  que   existia e  que dividiu a sociedade entre pessoas crentes de um lado e pecadores do outro.  As pessoas eram batizadas e salvas ou  então  pagãs e almas perdidas.   Não havia  meio termo:  ou se está salvo e vai para o céu,  ou se está condenado ao castigo eterno e vai  queimar no fogo do inferno. 

                    Porque de um lado  a igreja  representa Deus aqui na terra, do outro  sobrava  o diabo, no qual  estaria todos  aqueles que não aceitam  as  regras da única representante divina no planeta.  De acordo com  a lógica dessas normas,  as pessoas sempre foram proibidas a pensar, a discutir  e a agir como indivíduo livre, dotado de inteligência e consciência dada pelo próprio Deus.  A igreja   se estabeleceu  como a única representação do bem, enquanto  os que não a aceitavam com  todas as suas  regras seriam  conceituados como pessoas sem salvação, destruidores dos lares, hereges, enfim, como pessoas com objetivos malévolos, que deveriam ser  excluídas do convívio dos homens de bem.
            Hoje,  os sacrifício destinados à satisfação dos deuses ainda permanecem incutidos na mente das pessoas.  Continuam as promessas, os acordos com os santos, os pedidos, os castigos divinos ainda são comuns.   É comum ouvir pregações  sobre desapego aos bens materiais e o conformismo com a condição de miséria e de escravidão ou de semi escravidão  por parte daqueles que  dirigem o sistema religioso. Contudo,  a contrário senso, muitos vivem   dos  privilégios da materialidade  em detrimento da maioria.  A omissão se esconde  sobre a imposição de um líder espiritual, forjado  conforme  as normas ditadas pela própria igreja, o qual passa a ser considerado um ungido,  responsável por trazer as mensagens com  revelações do que seria a vontade de Deus  aos seus seguidores.  O que um sacerdote diz deve ser respeitado, ainda  que cause algum tipo de conflito mental nas pessoas. Tudo deve ser creditado à fé.

               Mas, neste instante,  convido-os a refletir um pouco comigo. Se há uma parte de Deus dentro de cada um de nós,  então a sua vontade  também está em nós. De maneira que suas normas devem ser expressas através da nossa própria consciência  em seu  conjunto, revelado pela consciência da maioria.  Seria uma regra de conduta  muito mais legítima  e confiável porque se baseia na consciência da maioria do grupo, sem riscos para  imposições de falsos líderes ou de falsos  profetas. É nesse pensar que  proponho  um novo conceito para  a construção de uma nova  igreja. Uma igreja  que seja  reunião e união de pessoas  em nome do amor, da justiça e da verdade. Um conceito  baseado exclusivamente no que disse  o Senhor em Mateus capítulo  18-20.

           "Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.  19 Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles". 

            Em nome dos ensinamentos de Jesus, enquanto ser vivo neste planeta, entendo que  onde estejam  várias pessoas reunidas em nome do amor, da caridade, da justiça e da verdade, alí  também o Senhor estará, porque são esses os valores que  devem calamar dentro de cada um de nós que fazemos parte de sua igreja.  Uma igreja difusa que não importam os lugares, porque  os lugares são menores que o tamanho da  nossa consciência.  De acordo com esse novo conceito, a  igreja  nasce da consciência coletiva e não o contrário como  se vê.   É em defesa desses  valores que  se justificam as igrejas,  e  por eles não se  deve  medir esforços  em lutar e defender, sem  temer à morte.  Isso é que é uma  verdadeira Igreja, é como deve ser.


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