Qual o Sentido da Vida?

      Essa é uma das perguntas mais difíceis de se responder, principalmente porque sei que existem muitas teorias sobre a existência humana neste planeta, Mas, confesso que nenhuma delas até hoje me convenceu por inteiro. Não quero adentrar na questão da fé, pois pela fé a gente  pode acreditar em muitas coisas, dependendo da cultura, da educação e da forma de sugestão que vai sendo aos poucos impregnada na mente da cada um de nós. Por conta disso, costumamos acreditar e seguir as pregações dos outros, como se fôssemos todos ignorantes e incapazes de raciocinar e chegarmos às nossas próprias conclusões sobre a nossa existência. 
Não, nesse momento não  quero falar em religião. Quero me abstrair da palavras religião e olhar apenas e tão somente para a sociedade como criamos, para uma sociedade que nós mesmos, enquanto seres vivos a construímos. Estou falando  de um convencimento puramente racional, até porque somos todos animais racionais e agimos conforme os nossos próprios instintos.

       Sei que há muitos filósofos, estudiosos com conhecimento o suficiente para falar sobre esse assunto. São pessoas dotadas de credibilidade, que se formaram em grandes universidades no mundo e se sentem bem mais preparadas do que eu, um semi analfabeto diante dos rigores e dos conceitos mundanos. Mas, com todo o respeito que devo a esses ilustres estudiosos e filósofos, também devo dizer que não tenho nenhuma  pretensão em mudar a opinião de quem quer que seja. Defendo apenas que cada um tenha a sua opinião, ainda que  seja a mesma seguida pela grande maioria das pessoas. Defendo o respeito às minorias e o direito de discordar das opiniões da grande maioria. Afinal, filosofar é um direito de cada um e, como a nossa própria Constituição Federal diz: cada um tem o direito de expressar seu pensamento. Assim, sinto-me à vontade para expressar o que penso sobre a nossa existência e sobre o sentido da vida.
       Em primeiro lugar, penso que o sentido da vida é óbvio: o sentido da vida é viver. Não tem outro sentido para a vida de todos os seres vivos a não ser viver e permitir que os demais vivam. É evidente que cada um tem a sua razão de existir, dentro de uma cadeia de energia vital. Agora, para viver, três coisas são fundamentais:
1º)  Viver com a verdade. A pessoa tem que viver com a verdade de todo o seu coração.
2º)  Viver com  justiça. Não se pode pensar em viver a vida em sua plenitude em um mundo completamente dominado pela injustiça.
3º)  Viver em paz. Também não há as condições básicas para se viver sem paz.
São esses três elementos que considero fundamentais para se viver. Porque sem eles, a vida perde o seu sentido, ela perde  a sua própria essência, ela perde a sua razão de ser. Porque a vida é um meio e não um fim em si mesma. E, se ela é um meio, certamente nos conduzirá a algum lugar ou a algum status universal, como criaturas.
      Muitos gostam de falar sobre o sentido da vida de uma maneira filosófica, transcendental, e isso é muito bonito. Principalmente quando fazem uso do jogo de palavras que inflamam o nosso inconsciente emocional. As frases de efeitos são lindas. Mas, será que nós estamos vivendo a vida com verdade?  Será que estamos vivendo a vida com justiça? Será que estamos vivendo, por conseguinte, a vida em paz? É evidente que a resposta a essas perguntas é um sonoro e inegável não. Basta olhar em nossa volta, basta observar a nossa realidade que 
construímos, uma relação regida por mentiras, eivada de injustiças e de guerras.  Nós somos competidores involuntários uns dos outros. Nós competimos entre nós, mesmo sem querer. Você que neste momento está lendo esse texto é meu adversário em potencial, mesmo sem sequer me conhecer. Porque o homem com sua considerada inteligência superior, divinal, foi ele mesmo quem construiu essa forma de relação neste mundo. 
        Assim, a conclusão a que podemos  chegar é a de  que a vida tem seu próprio sentido, mas o  homem desvirtuou o sentido original da vida,  criando uma maneira de viver paralela e sem sentido algum. A grande maioria da sociedade é  constituída por hipócritas, que são pessoas que optaram em representar em público uma coisa que elas não são na realidade. São os hipócritas que alimentam essa realidade onde cada um tem que manter um padrão de comportamento, sufocando  o seu ser verdadeiro.  Um comportamento fundado na mentira original. 
                 
          Do ponto de vista social, convivemos com a mentira, onde construímos relações falsas, onde não podemos ser o que somos no fundo de nossas almas. Porque se nós formos conviver como somos de fato ou dizer o que verdadeiramente pensamos, se formos  agir como somos intimamente nós seremos execrados em praça pública. Assim, podemos afirmar que transformamos o mundo em um grande palco, onde representamos personagens, onde agimos conforme um determinado contexto, como os atores nas novelas, nos filmes e nos teatros, seguindo um script escrito e imposto por grupos sinistros, preparados previamente para essa finalidade.     
         Por outro lado, vemos passivos a injustiça no dia a dia, onde alguns moram em mansões e ainda possuem muitas outras  moradias em diversos lugares, enquanto outros  residem em taperas, dividindo um pequeno  espaço com várias pessoas da família. Isso sem contar com a alimentação, com a estrutura de vida que as pessoas mais humildes não têm, como saúde, educação, lazer e liberdade. Esse é o mundo de injustiça que ajudamos a manter.
Dessa forma, no mundo onde esses dois elementos imperam, a mentira e a injustiça, não pode ter esperança no futuro, nem tem como  construir uma convivência pacífica. Pois a mentira e a injustiça, aliadas à hipocrisia são ingredientes para originar  conflitos e guerras entre os povos e entre as pessoas individualmente falando.  
        Não existe paz num ambiente dominado pela mentira e pela injustiça. Porque ao invés de viver, as pessoas se preocupam antes em sobreviver. Assim começa a luta de uns contra os outros, de uns contra todos e de todos contra todos. Uma luta pela sobrevivência, onde a injustiça  dissemina a revolta e o ódio. Dessa forma, onde impera a revolta e o ódio,  não se pode esperar ou acreditar que haja a paz. Em um mundo dominado pela mentira e pela injustiça  não pode haver paz, pois isso me parece contraditório. Não haverá paz enquanto nos basearmos na mentira e na injustiça
          Porque para viver a vida é preciso ter paz e para ter paz é preciso se construir um lugar fundado na verdade e na justiça. E para sabermos o que é verdadeiro e o que é justo, basta observar o mundo em nossa volta. Se conseguirmos perceber o que é mentiroso e o que é injusto para a construção da paz, estaremos vivos e prontos para  entender o sentido da vida.

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