Um Menino Vendendo Balas
UM MENINO VENDENDO BALAS
(Edvaldo Cosmo)
Um menino vendendo balas.
Não tem nome
Não tem identidade
Se não é meu filho, de quem será esse menino?
Uma criança se expondo nas ruas
Suas roupas revelam uma triste realidade:
Uma pobre criança perdendo cedo a inocência
Poucos enxergam a dor em sua alma
A revolta que não tardia
Um menino nas ruas
Cansado de esperar a esperança
Segue vendendo balas
Lanço-lhe um olhar de compaixão
Tento afagá-lo e ele se afasta,
Convencido de que o amor é uma lenda.
Por que será?
Um menino vendendo balas
Dou-lhe uma moeda
E ele segue adiante
À noite, o menino olha a lua
Enquanto adormece na calçada fria
De uma rua repleta de prédios luxuosos,
De uma rua repleta de prédios luxuosos,
Cheios de ironias e salas confortáveis,
Com a
fotografia do Cristo Crucificado pregada na parede.
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